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Articulista dá uma outra visão sobre a tragédia em Salvador

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Articulista dá uma outra visão sobre a tragédia em Salvador

"Recuperação das condições naturais e não mais degradação dos rios"e a cidade não estaria assim

Por Da Redação
Articulista dá uma outra visão sobre a tragédia em Salvador
Foto: Divulgação

Marcelo Timbó

Hoje é um dia educativo.

Apesar do caos instalado em Salvador por conta da chuva, é oportunidade boa para se fazer entender o porquê desse absurdo que é a canalização em concreto (macrodrenagens) dos rios urbanos. Tá alagado por aí? Não é só pelo excesso de chuva ou pelo mau hábito da população de jogar lixo nos “canais”. Os “canais” são rios, que, após estabelecerem seus cursos naturais durante centenas de anos, foram retificados e impermeabilizados, ou até mesmo tamponados para servir de plataforma para ocupação humana.

Juntamente com a ocupação desordenada e a impermeabilização de praticamente toda cidade, esta não consegue mais ser resiliente para absorver os excessos pluviométricos. 

Nota-se, em dias como hoje, como a Macrodrenagem é “solução” antiquada, muito cara e que não resolve o problema. Este tipo de intervenção é na verdade um tiro no pé e só adia a solução real dos problemas de alagamento, transferindo para as gerações futuras a responsabilidade de resolver definitivamente a questão, respeitando verdadeiramente o meio socioambiental. 

Mas o que deve ser feito?

As intervenções estruturais para se combater enchentes devem consistir em obras que privilegiem a redução, o retardamento e o amortecimento do escoamento das águas pluviais (o contrário do escopo das macrodrenagens).

Estas intervenções mais modernas consistem na criação de reservatórios de amortecimento de cheias, adequação de canais para a redução da velocidade de escoamento, sistemas de drenagem por infiltração, implantação de parques lineares, recuperação de várzeas e a renaturalizac?a?o de cursos de água. R E N A T U R A L I Z A Ç Ã O, ou seja, recuperação das condições naturais e não mais degradação dos rios.

Ao contrário, continuamos insistindo na solução cara e inadequada. 

Se optássemos pelas intervenções estruturais que promovessem a permeabilidade e a resiliência dos cursos d’água os prejuízos seriam sempre muito menores nesses sinistros pluviais. 

Mas os hipócritas vão aproveitar o momento para dizer que precisamos de MAIS macrodrenagens! 

Não se engane: os resultados estão aí na porta de sua casa.

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