Hipertensão arterial é responsável por 51% das mortes por AVC no Brasil

Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial é recordado nesta sexta-feira (26)

[Hipertensão arterial é responsável por 51% das mortes por AVC no Brasil]

FOTO: Divulgação/SESA/GOVPR

A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é responsável por 51% das mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e por 45% das mortes relacionadas a problemas cardíacos no Brasil, de acordo com dados divulgados em 2023 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença é silenciosa e não tem uma causa específica, mas é fácil de ser diagnosticada e pode ser controlada através de medicamentos e mudança no estilo de vida.

O Ministério da Saúde celebra nesta sexta-feira (26), o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, que chama atenção da população para a importância da medição regular da pressão e de seguir o tratamento prescrito pelo médico, que é feito ao longo de toda a vida.

Em entrevista ao Farol da Bahia, o cardiologista Dr. Cristiano Macedo explica que não há uma única causa ligada à hipertensão, mas sim diversos fatores que contribuem para seu desenvolvimento. "A hipertensão é uma doença multifatorial, não tem uma causa específica. A grande maioria dos pacientes hipertensos são identificados com hipertensão primária porque não tem uma causa específica, mas existem vários fatores de risco que contribuem para que aquela pessoa desenvolva hipertensão", diz.

                                                      
                                                                                                                                                                                        Foto: Arquivo Pessoal

"Geralmente é uma interação da carga genética associado com os fatores ambientais, como por exemplo, sedentarismo, dieta rica em sódio, hábitos de vida inadequados, como consumo excessivo de álcool, tabagismo e obesidade. Esses fatores contribuem para o desenvolvimento da hipertensão. É uma conjunção de fatores", acrescenta.

Por outro lado, os pacientes também são diagnosticados com a chamada "hipertensão secundária", quando a doença é provocada por outra condição clínica, como doenças renais, doenças da tireoide e da paratireoide e apneia obstrutiva do sono.

"A hipertensão é conhecida como uma assassina silenciosa porque ela não provoca sintomas específicos. Então, muitas pessoas são hipertensas e não sabem porque não sentem nada, não verificam a pressão regularmente. Nisso, ela vai agredindo vários órgãos e gera consequências, principalmente no cérebro, conhecido como derrame ou AVC, no coração, provocando insuficiência cardíaca ou infarto. A retina também sofre e o paciente pode chegar a perder a visão por causa da pressão alta, além dos rins, que podem gerar insuficiência renal. Essas são as principais consequências, que podem ocorrer ao longo dos rins e causar morte ou sequelas", pontua o especialista.

O cardiologista reforça a importância do indivíduo verificar a pressão arterial regularmente, principalmente se já existe um histórico familiar ou fatores de risco. "O ideal é buscar um médico para que isso possa ser tratado da forma mais correta. Nos pacientes sem histórico de pressão alta, o recomendado é que toda vez que tiver um médico, por qualquer motivo, é bom estar verificando a pressão. Já naquelas pessoas que têm esses fatores de risco, precisam estar verificando a pressão arterial com mais frequência".  

Sintomas silenciosos

A hipertensão é assintomática e, por esse motivo, na maioria dos casos o paciente não tem sintomas da doença, mas sim das suas complicações. Há alguns sinais que, se persistentes, o paciente deve procurar um especialista para fazer o devido diagnóstico. O cardiologista estima que no Brasil, a condição atinge entre 10% a 30% das pessoas adultas acima dos 18 anos.

"Os sintomas são inespecíficos, mas há alguns sinais que podem estar associados a hipertensão, como uma dor de cabeça persistente, tontura, dor no peito, palpitação cardíaca. Nesses casos, vale a pena buscar uma avaliação mais adequada. No entanto, infelizmente, há muitos pacientes que têm uma pressão muito alta, com valores elevados, que realmente não sentem nada", diz.  

Tratamento

O tratamento para a condição vai depender de cada caso clínico. Mas, de forma geral, a orientação médica é de mudança no estilo de vida, como manter uma alimentação saudável, reduzir o consumo de sal, praticar atividade física, diminuir o consumo de álcool e cigarro e controlar o peso, além de medicamentos de uso contínuo. O objetivo é que a pressão não ultrapasse os valores de 12 por 8, já que ela não tem cura.

"O paciente hipertenso precisa de um tratamento que vai ser para o resto da vida. Muita gente acha que é só tomar o remédio, a pressão vai baixar e depois não precisa mais, no entanto, esse controle da hipertensão é para toda vida. Nós temos medicamentos eficazes no combate da hipertensão porque é uma doença que a gente controla, mas não tem cura. A não ser que seja uma hipertensão provocada por outra doença. Se a gente conseguir curar o paciente dessa doença, talvez a gente consiga "curar" a hipertensão", explica o Dr. Cristiano Macedo.

O especialista reforça a recomendação de que o paciente já diagnosticado com a doença visite o médico pelo menos três vezes ao ano para verificar se o tratamento está sendo eficaz. No caso dos pacientes com casos leves, a orientação é de pelo menos uma vez ao ano.  "Essa visita é importante para o médico saber se as medicações estão sendo eficazes, se surgiu algum efeito adverso ou alguma lesão nos órgãos", conclui. 


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