11 de setembro: “melhor forma de combate ao terrorismo é lutando contra a ignorância”
Professor de Geopolítica e Negócios Internacionais desqualifica combate bélico com solução

Foto: Robert Giroux/Getty Images
Há 20 anos, os Estados Unidos e o mundo assistiam ao maior atentado terrorista da história contemporânea, até o momento. A transmissão ao vivo pelos olhos assustados que presenciavam aquela tragédia, transformaria profundamente o mundo, criando uma sensação de insegurança em todo o planeta.
Era o início de um novo milênio, um novo século e uma nova década, e o país que se consagrou como potência mundial sediava uma dos maiores atentados terroristas. Os ataques foram suicidas, atingiram as Torres Gêmeas do World Trade Center, e foi palco de pessoas desesperadas se jogando de altos andares para tentar desabar. O momento mais marcante se deu com o desabamento final das torres.
Os grupos terroristas passaram a ganhar destaque nos noticiários mundiais e suas nomenclaturas ficaram mais do que conhecidas, vide a Al-Qaeda, ISIS, Boko Haram, El Shabab e Taliban. Muitos países passaram a dar maior atenção à forma como tratavam o orçamento de defesa.
Mas o doutorando em estratégia, professor de Geopolítica e Negócios Internacionais na Universidade Positivo, João Alfredo Lopes Nyegray, diz que a forma como muitos Estados encontraram para combater o terrorismo, não é a ideal.
“Atacar alvos supostamente terroristas não é a solução e tem uma eficácia limitada. E, por mais que essas organizações sejam combatidas, nunca há certeza da eliminação ou não de um grupo - vide o próprio Taliban, de volta ao comando do Afeganistão depois de ter sido dado por vencido pelo governo de George W. Bush”, afirma o doutorando.
Nyegray explica que os terroristas são motivados pelo ódio, e por isso, a melhor forma de combate é lutando contra a ignorância e melhorando a qualidade de vida da população e que vive essa realidade – aqui ele destaca a extensão que do norte da África até regiões da Ásia menor – que vivem em situação de miséria, fome e outras privações.
O doutorando cita o exemplo do Afeganistão que viveu 20 anos com as tropas dos Estados Unidos que investiram mais de US$ 1 trilhão de dólares em áreas militar e energética. Hoje, o Taliban reocupou o país com melhores condições bélicas do que há 20 anos trás.
O diálogo, a reflexão e a tentativa de compreensão do mundo que nos cerca, e que está cada vez mais próximo de nós, são classificados como indispensável para Nyegray, principalmente quando se fala em novas gerações de jovens, principais alvos de grupos terroristas.