35,5% da população brasileira recebe até um salário mínimo, aponta censo 2022 do IBGE
O levantamento ainda demonstrou que a maior parte dos ocupados recebem mais de um salário mínimo até dois

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Dados preliminares do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (9), demonstram que 35,3% da população ocupada no Brasil, mais de um terço, recebe até um salário mínimo. O dado é inferior ao registrado no Censo de 2010, quando o registro foi igual a 36,4%.
Realizado com pessoas ocupadas a partir de 14 anos, entre 25 e 31 de julho de 2022, época em que o salário mínimo era de R$ 1.212, o levantamento apontou que a maior parte dos ocupados, cerca de 32,7%, recebe de mais de um salário até dois salários mínimos (R$ 1.212,01 e R$2.424).
Por outro lado, as menores faixas de renda são das pessoas que recebem rendimentos superiores a cinco salários mínimos (R$6.060), que representa 7,6%, e de ocupados com renda superior a 20 salários mínimos (R$24.240 ou mais), totalizando 0,7%.
A pesquisa demonstrou ainda que a questões como gênero, cor, raça e região influenciam na distribuição de renda, sendo homens, pessoas brancas e amarelas e moradores da região Centro-Sul os grupos que mais concentram renda.
Nesse sentido, o índice Gini, usado internacionalmente como referencial para medir desigualdade na distribuição de renda, ficou em 0,545 em todo país. A região Norte (0,545) e Nordeste (0,541) apresentam o maiores índice de desigualdade, locais onde as pessoas recebem 78,5% e 70,7% do rendimento nominal médio nacional de R$ 2.851, ao passo que a região Sul (0,476), tem um maior equilíbrio na distribuição.
As regiões Sudeste (0,530) e Centro-Oeste (0,531) ocuparam posições intermediárias, sendo a última como maior rendimento do país, com R$ 3.292, superando em 16,7% a média nacional.
Quando analisados os dados pelos critérios por sexo o maior rendimento médio mensal são dos homens (R$3.115). Eles recebem 24,3% a mais que as mulheres (R$ 2.506).
No caso do recorte por cor ou raça, as pessoas amarelas tem maior rendimento médio mensal com R$ 5.942, seguido por pessoas brancas ( R$ 3.659), pardos (R$2.186), pretos (R$ 2.061) e indígenas (R$1.683).
Por fim, o levantamento demonstrou que 53,5% da população é ocupada, ou seja, trabalharam ao menos uma hora ou estavam temporariamente afastadas de uma atividade remunerada. Sendo os maiores índices na região Sul (60,3%), Centro-Oeste (59,7%) e Sudeste (56%), e os menores do Norte (48,4%) e do Nordeste (45,6%).
Entre os estados, Santa Catarina, como 63,5%, aparece em primeiro lugar em número de pessoas ocupadas, enquanto Piauí, com 43%, tem o menor percentual.