6 anos do impeachment de Dilma: relembre como votaram os políticos baianos

"O Senado Federal tomou uma decisão que entra para a história das grandes injustiças". Foi assim que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) definiu sua destituição do cargo público mais alto do Brasil.

Primeira mulher eleita presidente da República, ela foi impedida de continuar à frente do governo a partir do dia 31 de agosto de 2016, quando 61 senadores decidiram aprovar seu impeachment.

"A história será implacável com eles", disse a ex-presidente, referindo-se aos apoiadores do seu afastamento. Apesar de ser impedida de seguir presidente, ela não teve seus direitos políticos caçados, o que para muitos na época - e até os dias atuais - foi considerado golpe.

Dilma foi retirada da chefia do Palácio do Planalto acusada de realizar as famosas "pedaladas fiscais", prática que costumava ser feita em governos anteriores - sendo também praticada pelo atual governo e também de governadores de estados brasileiros. Ela chegou a ser inocentada das acusações pelo Ministério Público, mas foi condenada no Congresso. 

Ao longo dos últimos quase seis anos, muita movimentação ocorreu no Congresso. Políticos que na época eram deputados ou senadores perderam seus mandatos, enquanto outros migraram para outras funções.

Vale destacar que a maioria dos deputados baianos foi contra o afastamento da ex-chefe do Palácio do Planalto. O mesmo ocorreu no Senado, quando os senadores baianos fizeram da Bahia o único Estado da Federação a dar apoio total a Dilma.

O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) foi um dos que se posicionou contra o impeachment. Para ele, a gestão da ex-presidente teve um péssimo desempenho, mas o parlamentar entendeu que não havia motivos legais para tirá-la de seu cargo. 

“Fui líder do PDT no mandato de Dilma e tive diversas reuniões com ela. Via uma pessoa que não tinha qualquer equilíbrio para ser presidente do Brasil. Só que nós do Congresso temos que ser legalistas. Eu não podia votar a favor do impeachment de um governo eleito democraticamente, legitimado pela população, só porque eu não achava que ela era uma boa gestora. As causas que fizeram com que ela fosse afastada não foram corretas. As pedaladas não eram motivo, até porque foi um recurso utilizado por todos os presidentes, até o atual”, argumentou.  

Já o deputado federal Arthur Maia (UB-BA) foi favorável ao impeachment. Ele defende que o procedimento ocorreu dentro da lei, mas que a questão política também foi levada em conta. 

“O impeachment aconteceu por motivos absolutamente constitucionais, mas, do ponto de vista político, salvou o Brasil de uma ‘venezuelização’. A falta de controle e a diminuição do nosso PIB durante o governo de Dilma nos arrastariam para a construção de caos em todo o país. Tirar ela do poder foi a melhor coisa que poderia ter acontecido”, opinou.

Veja como votou cada deputado:

Afonso Florence (PT) - NÃO
Alice Portugal (PCdoB) - NÃO
Antonio Brito (PSD) - NÃO
Antonio Imbassahy (PSDB) - SIM
Arthur Maia (PPS) - SIM
Bacelar (PTN) - NÃO
Bebeto Galvão (PSB) - NÃO
Benito Gama (PTB) -  SIM
Cacá Leão (PP) - ABSTENÇÃO
Caetano (PT) - NÃO
Cláudio Cajado (DEM) - SIM
Daniel Almeida (PCdoB) - NÃO
Davidson Magalhães (PCdoB) - NÃO
Elmar Nascimento (DEM) - SIM
Erivelton Santana (PEN) - SIM
Félix Junior (PDT) - NÃO
Fernando Torres (PSD) - NÃO
Irmão Lázaro (PSC) - SIM
João Gualberto (PSDB) - SIM
Jorge Solla (PT) - NÃO
José Carlos Aleluia (DEM) - SIM
João Carlos Bacelar (PR) - NÃO
José Carlos Araújo (PR) - NÃO
José Nunes (PSD) - NÃO
José Rocha (PR) - NÃO
Jutahy Magalhães (PSDB) - SIM
Lúcio Vieira Lima (PMDB) - SIM
Márcio Marinho (PRB) - SIM
Moema Gramacho (PT) - NÃO
Negromonte Junior (PP) - ABSTENÇÃO
Paulo Azi (DEM) - SIM
Paulo Magalhães (PSD) - NÃO
Roberto Britto (PP) - NÃO
Ronaldo Carletto (PP) - NÃO
Sérgio Brito (PSD) - NÃO
Tia Eron (PRB) - SIM
Uldurico Junior (PV) - SIM
Valmir Assunção (PT) - NÃO
Waldenor Pereira (PT) - NÃO

Relembre como votou cada senador:

Acir Gurgacz (PDT-RO) - SIM
Aécio Neves (PSDB -MG) - SIM
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) - SIM
Alvaro Dias (PV-PR) - SIM
Ana Amélia (PP-RS) - SIM
Angela Portela (PT-RR) - NÃO
Antonio Anastasia (PSDB-MG) - SIM
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) - SIM
Armando Monteiro  (PTB-PE) - NÃO
Ataídes Oliveira (PSDB-TO) - SIM
Benedito de Lira (PP-AL) - SIM
Cássio Cunha Lima  (PSDB-PB) - SIM
Cidinho Santos (PR-MT) - SIM
Ciro Nogueira (PP-PI) - SIM
Cristovam Buarque (PPS-DF) - SIM
Dalírio Beber (PSDB-SC) - SIM
Dário Berger (PMDB-SC) - SIM
Davi Alcolumbre (DEM-AP) - SIM
Edison Lobão (PMDB-MA) - SIM
Eduardo Amorim (PSC-SE) - SIM
Eduardo Braga (PMDB-AM) - SIM
Eduardo Lopes (PRB-RJ) - SIM
Elmano Férrer (PTB-PI) - NÃO
Eunício Oliveira (PMDB-CE) - SIM
Fátima Bezerra (PT-RN) - NÃO
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) - SIM
Fernando Collor (PTC-AL) - SIM
Flexa Ribeiro (PSDB- PA) - SIM
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) - SIM
Gladson Cameli (PP-AC) - SIM
Gleisi Hoffmann (PT-PR) - NÃO
Helio José (PMDB-DF) - SIM
Humberto Costa (PT-PE) - NÃO
Ivo Cassol (PP-RO) - SIM
Jader Barbalho (PMDB-PA) - SIM
João Alberto Souza (PMDB-MA) - SIM
João Capiberibe (PSB-AP) - NÃO
Jorge Viana (PT- AC) - NÃO
José Agripino (DEM-RN) - SIM
José Anibal (PSDB-SP) - SIM
José Maranhão (PMDB-PB) - SIM
José Medeiros  (PSD-MT) - SIM
José Pimentel (PT-CE) - NÃO
Kátia Abreu (PMDB-TO) - NÃO
Lasier Martins (PDT-RS) - SIM
Lídice da Mata (PSB-BA) - NÃO
Lindbergh Farias (PT-RJ) - NÃO
Lúcia Vânia (PSB-GO) - SIM
Magno Malta (PR-ES) - SIM
Maria do Carmo Alves (DEM-SE) - SIM
Marta Suplicy (PMDB-SP) - SIM
Omar Aziz (PSD-AM) - SIM
Otto Alencar (PSD-BA) - NÃO
Paulo Bauer (PSDB-SC) - SIM
Paulo Paim (PT-RS) - NÃO
Paulo Rocha (PT-PA) - NÃO
Pedro Chaves - suplente de Delcídio Amaral cassado pelo Senado-  (PSC-MS) - NÃO
Raimundo Lira (PMDB-PB) - SIM
Randolfe Rodrigues (REDE-AP) - NÃO
Regina Sousa (PT-PI) - NÃO
Reguffe (sem partido-DF) - SIM
Renan Calheiros (PMDB-AL) - SIM
Ricardo Ferraço (PSDB-ES) - SIM
Roberto Muniz (PP-BA) - NÃO
Roberto Requião (PMDB-PR) - NÃO
Roberto Rocha (PSB-MA) - SIM
Romario (PSB-RJ) - SIM
Romero Jucá (PMDB-RR) - SIM
Ronaldo Caiado (DEM-GO) - SIM
Rose de Freitas (PMDB-ES) - SIM
Sérgio Petecão (PSD-AC) - SIM
Simone Tebet (PMDB-MS) - SIM
Tasso Jereissati (PSDB-CE) - SIM
Telmário Mota (PDT-RR) - SIM
Valdir Raupp (PMDB-RO) - SIM
Vanessa Grazziotin (PCdoB- AM) - NÃO
Vicentinho Alves (PR-TO) - SIM
Waldemir Moka (PMDB-MS) - SIM
Wellington Fagundes (PR-MT) - SIM
Wilder Morais (PP-GO) - SIM
Zezé Perrella (PTB-MG) - SIM