Advogado de enfermeira que cuidava de Maradona diz que astro do futebol " foi morto"
Durante depoimento ao MP Argentino, jurista aponta médicos como culpados pelo óbito do ex-jogador

Foto: Reprodução/Senado Federal
O advogado da enfermeira Dahiana Madrid afirmou que Diego Armando Maradona foi morto em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, além de apontar os médicos que tratavam o ídolo do futebol argentino como os responsáveis por sua morte em 2020, enquanto ele se recuperava de uma cirurgia na cabeça.
"Diego foi morto", declarou categoricamente a jornalistas o advogado Rodolfo Baqué, ao garantir que o eterno camisa 10 da seleção argentina estava sendo tratado para um problema cardíaco, mas, ao mesmo tempo, recebia medicamentos psiquiátricos que aceleravam seu batimento cardíaco.
Ainda segundo o advogado, Maradona sofreu uma queda e, quando a enfermeira pediu que fosse levado ao hospital para fazer uma tomografia, um amigo íntimo do ex-jogador descartou essa possibilidade para evitar comentários da imprensa.
A enfermeira, que estava de plantão no dia da morte de Maradona, prestou depoimento nesta quarta-feira (16) ao Ministério Público Argentino em San Isidro, nos arredores de Buenos Aires. Ela é uma das suspeitas do homicídio do astro assim como outros seis membros da equipe médica que cuidava dele.
O MP entende que Maradona recebeu uma atenção "deficitária" por parte dos integrantes da equipe médica que, embora sabiam que o paciente poderia morrer, nada fizeram para evitar a morte. Madrid era a enfermeira de Maradona durante o dia.
"Há uma responsabilidade dos médicos que cuidavam dele. No fundo, houve muitos alertas de que Maradona, um dia antes ou um dia depois, faleceria. E nenhum dos médicos fez algo para evitar isso", acusou Baqué durante um intervalo da audiência em que o MP ouviu Madrid.
"O que Madrid fez foi cumprir as indicações dos médicos responsáveis", declarou Baqué à imprensa. "Era conhecimento de todos no entorno de Maradona que ela não poderia ter contato com ele porque ela a havia demitido, assim como os acompanhantes terapêuticos", garantiu o advogado.
Baqué revelou que pedirá a retirada das acusações contra sua cliente esta semana e denunciou que "foi orquestrada uma campanha" contra ela. Madrid foi uma das pessoas que encontrou Maradona sem sinais vitais e tentou reanimá-lo, de acordo com seu próprio depoimento como testemunha.
Na ocasião, a enfermeira também declarou não ter feito os controles rotineiros ao iniciar seu turno para deixar que Maradona descansasse. Mais tarde, surgiu um relatório escrito para seus superiores no qual ela afirmava que havia tentado controlá-lo, mas que Maradona a rejeitou.