Aeronaves atribuídas a Antônio Rueda somam R$ 60,4 milhões, aponta Anac

Presidente do União Brasil é citado em investigações da Operação Carbono Oculto

Por Da Redação
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Aeronaves atribuídas a Antônio Rueda somam R$ 60,4 milhões, aponta Anac

Foto: Reprodução /União Brasil

Documentos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) indicam que quatro aeronaves atribuídas ao presidente do União Brasil, Antônio Rueda, estão avaliadas em pelo menos R$ 60,4 milhões. Os registros mostram transferências recentes de propriedade, algumas vinculadas ao contador Bruno Ferreira Vicente de Queiroz, sócio ou dirigente de 15 empresas. A informação  da coluna Andreza Matais do site Metrópoles.

As apurações sobre Rueda ocorrem no âmbito da Operação Tank, conduzida em Brasília e integrada à Operação Carbono Oculto, que investiga a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos setores de combustíveis e financeiro. A Transportes Aéreos Piracicaba (TAP), responsável pela operação das aeronaves, já foi utilizada por investigados ligados à facção.

Um dos depoimentos à Polícia Federal cita Rueda como líder de um grupo com grande volume de recursos que teria financiado aquisições de jatos. A menção partiu do piloto Mauro Caputti Mattosinho, ex-funcionário da TAP. A corporação não descarta abrir investigação específica sobre o dirigente, caso surjam novos indícios.

Rueda nega ser proprietário das aeronaves ou ter relação com os fatos investigados. "[Meu nome] foi suscitado em um contexto absolutamente infundado”. E ressaltou que “tomará todas as medidas cabíveis para proteger sua reputação”.

Aeronaves atribuídas a Antônio Rueda

Raytheon R390 (PR-JRR)

De acordo com a Anac, está registrado em nome da Fenix Participações, que tem entre os sócios Caio Vieira Rocha, filho do ex-ministro do STJ César Asfor Rocha; o ex-senador e dirigente do Republicanos no Ceará, Chiquinho Feitosa; e um empresário do setor automotivo de Pernambuco.

O jato foi adquirido em outubro de 2023 por cerca de R$ 13 milhões do empresário do ramo imobiliário José Ricardo Rezek. Segundo o piloto Mauro Mattosinho, Rueda seria sócio da aeronave.

Cessna 560 XL (PR-LPG)

Avaliado em R$ 12,5 milhões, foi vendido em junho de 2022 por um empresário de Minas Gerais a Francisco Willame Santiago, dono de rede de farmácias em Fortaleza, e ao empresário de Manaus Alessandro Bronze Toniza.

Na sequência, foi cedido à Rico Táxi Aéreo, também de Manaus, e em março de 2024 passou para a Magic Aviation, presidida por Bruno Ferreira Vicente de Queiroz.

Cessna Citation J2 (PT-FTC)

Em setembro de 2023, foi vendido por R$ 13,72 milhões à Serveg Serviços LTDA, empresa registrada em Imperatriz (MA). A sócia, Antônia Viana Silva Soares, afirmou em entrevista ao UOL que desconhece a aeronave e a firma em seu nome.

Anteriormente, o avião era do empresário Edison Tamascia, fundador da associação de drogarias Farmarcas.

Gulfstream G200 (PS-MRL)

Em abril de 2025, foi vendido pelo dono do plano de saúde Samel, de Manaus, à Rovaniemi Participações S.A., em Fortaleza, por US$ 4 milhões (cerca de R$ 21,2 milhões).

A Rovaniemi foi aberta em 2021 com capital social de R$ 100 e tem como diretor Bruno Ferreira Vicente de Queiroz, também presidente da Magic Aviation. A sede da empresa está localizada em uma residência no bairro Papicu, em Fortaleza.

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