Anestesiologista destaca a importância do preparo emocional na consulta pré-anestésica!
Presidente da Coopanest Bahia, o anestesiologista Hugo Dantas explica como o preparo emocional e a consulta pré-anestésica contribuem para tranquilidade no processo cirúrgico

Foto: Div
A ansiedade pré-operatória é um desafio frequente enfrentado por pacientes que aguardam cirurgias, impactando não só o bem-estar emocional, mas também a recuperação pós-procedimento. O médico anestesiologista Hugo Dantas, presidente da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia (Coopanest-Ba), ressalta que a atuação do anestesiologista vai além da administração da anestesia: envolve acolhimento, orientação e preparo emocional do paciente.
Um estudo brasileiro, publicado na Revista Brasileira de Anestesiologia, investigou os efeitos da orientação pré-operatória sobre o nível de ansiedade de pacientes com câncer endometrial. Os resultados demonstraram que informações detalhadas sobre os procedimentos anestésicos e cirúrgicos reduziram significativamente os níveis de ansiedade, além de normalizar indicadores hemodinâmicos como pressão arterial e frequência cardíaca. A pesquisa reforça o papel da consulta pré-anestésica como parte essencial do cuidado ao paciente.
“O medo do desconhecido, da dor e até da morte são relatos frequentes de quem vai passar por uma cirurgia. A ansiedade, quando ignorada, pode desencadear alterações fisiológicas e psicológicas que aumentam o risco de complicações anestésicas. Por isso, o atendimento pré-anestésico deve considerar o paciente como um todo — não apenas seu quadro clínico, mas também seu estado emocional”, afirma o especialista.
Estratégias utilizadas em pacientes
De acordo com Hugo, estratégias como escuta ativa, explicação detalhada do procedimento, uso de linguagem acessível e avaliação individualizada do risco anestésico fazem parte da rotina de uma consulta segura e acolhedora. Em casos específicos, o anestesiologista também pode indicar suporte psicológico ou medicações ansiolíticas, sempre de forma criteriosa.
“O paciente precisa confiar na equipe e sentir que está sendo cuidado desde o primeiro contato. Essa confiança tem impacto direto no sucesso da cirurgia, na recuperação pós-operatória e na prevenção de eventos adversos. O anestesista é peça-chave nessa jornada”, reforça o presidente da Coopanest-Ba.
A consulta com o anestesiologista deve ser realizada com antecedência, especialmente em procedimentos eletivos. É nesse momento que se avalia o histórico médico, o uso de medicamentos, as condições clínicas e os aspectos emocionais, garantindo que cada decisão seja tomada com base na segurança e no bem-estar do paciente.
“O anestesiologista deve ouvir o paciente, esclarecer dúvidas e oferecer segurança, pois o preparo emocional é parte essencial do cuidado. Uma abordagem acolhedora reduz o estresse e contribui para um melhor desfecho cirúrgico”, conclui o anestesiologista.