Anvisa nega vacinação de grupo de 3 a 17 anos com CoronaVac

A maioria dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou, nesta terça-feira, o aval do uso da vacina CoronaVac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Segundo os técnicos, ainda faltam dados que garantam a eficácia e segurança da aplicação do imunizante nesse grupo. O aval já foi negado por 4 dos 5 diretores. O voto pendente corresponde ao presidente do órgão, o contra-almirante da reserva Antonio Barra Torres, que deve confirmar o parecer.

Além disso, a relatora do processo, Meiruze Sousa Freitas, recomendou que seja avaliado o uso de dose de reforço para pessoas de grupos de maior risco, como idosos acima de 80 anos e pacientes imunocomprometidos vacinados com as duas doses do imunizante.

O imunizante CoronaVac está autorizado para uso no público a partir de 17 anos desde janeiro. Segundo o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da agência, Gustavo Mendes, a relação de benefício e risco ainda não é boa para vacinar o grupo. 

"Portanto, a relação de benefício e risco é desfavorável para o uso da vacina nesta população (de crianças e adolescentes). O que estamos apresentando aqui é um retrato do momento. Dados adicionais, mais robustos, podem ser apresentados para que a gente reconsidere essa sugestão.", disse.

Sobre os estudos que devem ser feitos pelo Ministério da Saúde, para aplicação da dose de reforço em idosos, a relatora afirma que é "importante lembrar que a vacina Coronavac tem um bom desempenho no Brasil, mas, inicialmente, não foi estudada em idosos e em pessoas gravemente imunocomprometidas, como pacientes transplantados". 

Segundo ela, o Instituto Butantan apresentou dados não confirmatórios (de fase 1/2 e 2b) e com poucos voluntários (586), entre 3 e 17 anos, para pedir a ampliação da grupo que pode receber a Coronavac.

Até o momento, o único imunizante autorizado para menores de idade no Brasil é o da fabricante Pfizer/BioNTech.