Anvisa vai suspender análise da Covaxin por falta de documentos
Precisa Medicamentos não apresentou dados sobre a eficácia e segurança da vacina
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, nesta quarta-feira (30), que vai suspender a análise do pedido para uso emergencial da vacina Covaxin por falta de documentos.
O pedido foi feito na terça-feira (29), pela Precisa Medicamentos, intermediária do laboratório indiano Bharat Biotech. Em comunicado, a Anvisa informou que "documentos obrigatórios e essenciais para a avaliação da eficácia e da segurança do imunizante foram apresentados apenas parcialmente ou não foram localizados". [Confira o comunicado]
A agência também disse que notificou a Precisa para que as informações pendentes sejam apresentadas em caráter de urgência.
Entre as solicitações estão: Relatório de estudos pré-clínicos de segurança e imunogenicidade; Relatório de imunogenicidade contendo os resultados dos parâmetros imunológicos avaliados nos estudos clínicos; Dados de eficácia e de segurança de análises de subgrupos por status de infecção prévia e por faixas etárias entre outros.
Polêmica em torno da compra da Covaxin
A suspensão da Anvisa ocorre um dia após o Ministério da Saúde anunciar a suspensão do contrato da Covaxin, que se tornou tema central de uma denúncia envolvendo supostas irregularidades na compra do imunizante pelo governo Bolsonaro.
Em coletiva, na terça-feira (29), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a decisão foi tomada por orientação da Controladoria Geral da União (CGU), que vai apurar as supostas irregularidades no contrato, que vieram à tona após um servidor da pasta denunciar que estaria sofrendo pressão de superiores para liberar a vacina mesmo com as irregularidades no contrato.
O deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) foi o responsável por expor o caso já que o servidor é irmão dele. Luís Ricardo é servidor concursado do Ministério da Saúde e, junto com o irmão, levaram a situação para o presidente Jair Bolsonaro.
À Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Miranda disse que Bolsonaro levaria o caso à Polícia Federal, o que só veio a acontecer depois que a situação se tornou pública.