Economia
Recursos do INSS são fonte de renda de 92% dos aposentados brasileiros, aponta pesquisa
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em parceria com o Datafolha, apontou que a previdência privada ainda é pouco disseminada na população brasileira. Segundo o levantamento, apenas 3% dos aposentados têm a modalidade como parte do sustento.
Para chegar ao número, foram ouvidas 5,8 mil pessoas em todo o país. A pesquisa apontou que os recursos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) são a fonte de renda de 92% dos aposentados brasileiros.
A Anbima afirma que o percentual de aposentados que recorrem à previdência complementar é o mesmo dos que vivem de salário próprio ou de suas empresas (3%), assim, ainda há uma parcela de aposentados que trabalha.
Já os recursos provenientes da família ou filhos foram citados por apenas 2% dos aposentados, enquanto rendas de pensão, aluguel de imóveis e aplicações financeiras contribuem para 1% dos aposentados, cada modalidade.
De acordo com o superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da Anbima, Marcelo Billi, um dos fatores que levam à baixa adesão à previdência privada, apesar de benefícios tributários e a possibilidade de contribuição das empresas para aposentadoria dos empregados, é não conseguir poupar a renda para o investimento.
“Uma pequena parcela da população consegue poupar. Cerca de 70% da população não consegue fazer sobrar renda no fim do mês. Dos 31% que tinham algum investimento no final de 2021, só 6% conseguiram fazer uma aplicação naquele ano”, afirmou.
Segundo Billi, a crise gerada pela pandemia de Covid-19 tornou ainda mais difícil separar renda para o futuro. “Há, portanto, um fator conjuntural, com perda de renda pelos brasileiros, e um comportamental, que é não pensar no futuro”, acrescentou.
Classe social
Na análise por classe social, a dependência do INSS é semelhante entre a A/B (94%) e a C (93%), já o índice D/E fica um pouco abaixo (89%).
A Anbima explicou que pessoas das classes A e B são mais adeptas da previdência privada (8%) do que as da C (3%) e da D e E (1%), além de contar com a renda de seus salários ou empresas (5%), proporção menor entre os grupos da classe C (3%) e D/E (3%).
Segundo a associação, a expectativa de 55% dos que não se aposentaram é de que passem a ter renda vinda do INSS quando pararem de trabalhar, com pequena variação entre a classe C (58%) e a D/E (56%). Nas classes A e B, o percentual é de 48%.
Ainda entre os não aposentados, 20% apontaram que o sustento na aposentadoria virá do próprio trabalho, mostrando que muitos não pensam em sair da ativa. Apenas 10% dos entrevistados indicaram que o sustento virá de aplicações financeiras, sendo o percentual bem maior nas classes A/B (22%), menor para classe C (8%) e menor ainda para as D/E (2%).
Apenas 5% citou a previdência complementar à pública como opção de sustento no período futuro de aposentadoria.
Custo de vida
Segundo a Anbima, 67% dos aposentados apontaram o aumento de despesas no custo de vida após a aposentadoria. Para as classes C e D/E, a percepção foi maior, com índices de 69% e 70%, respectivamente, e para a A/B, 59%.
Os não aposentados, quando questionados se acreditam que suas despesas aumentarão após a aposentadoria, tiveram 46% com resposta afirmativa.
Além disso, sobre a vida financeira, 43% dos aposentados apontaram uma piora comparativamente com o período de vida anterior. O índice é maior para as classes C (46%) e A/B (42%).
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