Apenas vacinação não conterá variante Delta, diz especialista britânico
Para Adam Kucharski, o planeta vai viver uma divisão entre países

Foto: Reprodução/Getty Images
A variante Delta do novo coronavírus tem sido a maior preocupação de especialistas e autoridades sanitárias, por ser mais transmissível e mortal. Para o matemático e epidemiologista britânico Adam Kucharski, que se tornou referência nas análises sobre quais rumos a pandemia vai tomar, o planeta vai ver uma divisão entre países. Segundo ele, de um lado os que quiserem retomar uma vida normal, e como efeito colateral, conviver com os surtos de Covid e, do outro, aqueles que, deixarão medidas de restrição por mais tempo. As informações são do jornal O Globo.
Segundo o especialista, a vacinação por si só provavelmente não conseguirá parar um Delta e este processo levará os países a uma grande escolha: se decidir suspender como medida de restrição e assumir que vai haver transmissão ou se simplesmente vão manter como medidas em vigor e por que param de se propagar.
De acordo com Kucharski, apesar da vacinação, que reduziu a transmissão da incidência da Covid-19, no caso da Delta, os imunizantes podem não ser eficiente para reduzir os casos.
"Estamos em uma situação em que a vacinação por si só provavelmente não conseguirá parar a Delta, mesmo que você vacine em níveis muito elevados. E isso leva os países a uma grande escolha agora: se decidir que as medidas de restrição são insustentáveis, que querem suspendê-las e que vai haver transmissão, porque as vacinas não conseguem deter isso, ou se simplesmente vão manter como medidas em vigor . Especialmente alguns países que não tiveram muitas infecções até agora, e que não desenvolveram tanta imunidade (pelo contato com o vírus), podem querer manter em vigor algumas medidas de controle ainda por alguns anos. Poderemos ver uma grande divisão do mundo entre essas duas abordagens diferentes", explicou.
Kucharski disse entender que os países não vão conseguir manter as restrições para sempre, mas que precisam encontrar um caminho de volta à normalidade. Os países precisam ficar de olho na situação e estar preparados para mudar de direção se houver sinais de que é cedo para a reabertura, ele comenta.


