Após críticas de Lula, Campos Neto defende autonomia do Banco Central
Economista afirmou que é preciso separar o ciclo de política monetária do ciclo político

Foto: Agência Brasil
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu nesta terça-feira (7), durante discurso no evento Milken South Florida Dialogues, em Miami (EUA), a autonomia do órgão e afirmou que visa desvencilhar o ciclo de política monetária do ciclo político. Isso porque, segundo ele, os dois ciclos têm "diferentes lentes e diferentes interesses".
A fala é uma resposta às recentes críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre as medidas adotadas pelo banco, o nível dos juros e as metas de inflação. Para Campos Neto, a independência aumenta a eficiência da política monetária e, assim, reduz o custo da alta de juros para a população.
"A principal razão, no caso da autonomia do BC, é desconectar o ciclo de política monetária do ciclo político, porque eles têm diferentes lentes e diferentes interesses. Quanto mais independente você é, mais efetivo você é, e menos o País vai pagar em termos de custo-benefício da política monetária", disse o presidente do BC.
Campos Neto ressaltou ainda a necessidade de pensar em melhorar o trabalho anterior e acrescentou que apenas criticar é um problema. “Eu cheguei lá, a pressão era muito grande, porque ele [Ilan Goldfajn] fez um trabalho maravilhoso. Pensei, como posso melhorar o que foi feito? Um problema que nós temos é sempre criticar o legado. Nós precisamos entender que, quando chegamos a um trabalho, nós precisamos olhar o que pode ser melhorado. Não acho que você se parece melhor criticando o que foi feito”, defendeu.