Após taxa zero, Brasil deve importar arroz dos EUA e Tailândia, afirma Tereza Cristina
Segundo Ministério da Agricultura, país sempre importou arroz do Paraguai e do Uruguai

Foto: Carolina Antunes/PR
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta quinta-feira (10), que a taxa zero para importação de arroz de países de fora do Mercosul deverá beneficiar principalmente Estados Unidos e Tailândia, que deverão exportar aos brasileiros. A medida foi tomada pelo governo federal com o objetivo de tentar atenuar os preços recordes do produto.
A isenção da tarifa de 10% a 12%, para o arroz em casca e beneficiado, vale para uma cota de 400 mil toneladas até o final do ano, volume que representa cerca de 35% das importações brasileiras totais projetadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o ano.
Em entrevista à Reuters, o presidente da Conab, Guilherme Bastos, disse que muitas indústrias de beneficiamento já estão com as compras agendadas em diversos países e também citou EUA e Tailândia como origens do produto. Devido a alta do dólar, as importações de arroz pelo Brasil de janeiro a agosto somaram 373,3 mil toneladas, queda de 26% ante o mesmo período do ano passado, de acordo com os dados do governo.
Ainda de acordo com a ministra, o Brasil sempre importou arroz do Paraguai e do Uruguai, em negócios sem tarifas, por causa do Mercosul. "Esse foi o primeiro ano que o produtor rural de arroz teve seus custos cobertos e uma margem de lucro. Trabalharam no vermelho muitos anos... Então foi muito difícil a tomada dessa decisão. A gente vem acompanhando isso há meses do arroz... mas a gente tem que olhar também o consumidor, a prateleira que não pode ficar vazia", disse Tereza.
Para a ministra, a cota servirá muito mais como uma "reserva técnica" para não deixar o mercado desabastecido, e não deve atrapalhar a próxima safra, que será colhida no início do ano que vem. Nesta quinta (10), a Conab estimou a safra de arroz do Brasil 2019/20 , já colhida, em 11,2 milhões de toneladas, ante 10,5 milhões na temporada anterior, o que fez com que o país entrasse neste ano com estoques relativamente baixos.