Aquecimento global pode ser prenúncio de ciclones mais intensos
Em menos de um mês, Brasil foi atingido por três ciclones extratropicais
O ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul na última quarta-feira (12) passou, mas moradores de pelo menos 52 cidades ainda contabilizam os estragos. O fenômeno meteorológico provocou ventos de mais de 140 km/h, chuvas volumosas, queda de granizo e inundações. Foi o terceiro ciclone extratropical a atingir o Brasil em menos de um mês.
O fenômeno em questão é uma área de menor pressão atmosférica do que o ambiente do entorno, em que os ventos giram ao redor de um centro, no sentido horário. Esses sistemas afetam o tempo das regiões onde atuam provocando nuvens, chuva, redução da temperatura do ar e ventos fortes.
Embora seja um evento meteorológico comum na região Sul, o aumento da temperatura do ar e do oceano em consequência das mudanças climáticas pode deixar os ciclones extratropicais mais intensos, segundo especialistas ouvidos pela DW.
Um estudo feito por Tércio Ambrizzi, professor de Ciências Atmosféricas na Universidade de São Paulo, mostra que os ciclones não sofreram aumento em termos numéricos, mas em intensidade. "Em princípio, há relação com as mudanças climáticas. Com a atmosfera acumulando muito mais energia em função do aquecimento que o planeta está sofrendo por conta da emissão de gases de efeito estufa, os sistemas se tornam mais intensos", disse o especialista.
