Articulação do Governo falhou e subestimamos oposição, afirma líder do PT sobre eleição da CPMI do INSS
Gleisi Hoffmann cobrou líderes do governo por derrota no comando da comissão

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ) afirmou nesta quarta-feira (20) que a articulação do governo do presidente Lula (PT) errou na articulação do comando da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS e subestimou a capacidade da oposição.
A oposição no Congresso Nacional derrotou a indicação do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), e elegeu, nesta quarta-feira (20), o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente da CPMI que investiga desvios do INSS.
“Houve uma subestimação [da oposição], podíamos ter tido uma mobilização, mais atenção. Houve um erro", disse.
Cabe ao presidente da Casa conduzir e estabelecer o ritmo dos trabalhos. Além do mais, o presidente delibera sobre questões de ordem, entre outras funções. O presidente também possui voto de minerva caso ocorra empate na apreciação do relatório final da comissão.
Lindbergh disse que, por ter maioria na comissão, o governo assumiu que comandará o colegiado, mas em decorrência da ausência de deputados da base, a oposição colocou suplentes oposicionistas para votar, o que assegurou a vitória.
“Houve algum tipo de cochilo, isso é inconteste", afirmou.
“A base do governo foi surpreendida porque tinha que ter se mobilizado mais, isso é um fato", emendou.
“Ela fez uma cobrança, de que temos que estar mais ligados, os líderes têm que estar ligados, a articulação entre Senado e Câmara [estar] mais forte", afirmou o líder do PT sobre a reunião.
Apesar da derrota, Lindbergh afirmou que ainda terá maioria na comissão e que "ninguém está desesperado" com o funcionamento da comissão.
“Não temos medo da CPMI, queremos que as coisas sejam transparentes", afirmou.
Derrota na CPMI
Na reunião de instalações da CPMI nesta quarta-feira (20), o Governo Federal não conseguiu aprovação do nome de Omar Aziz (PSD-AM) para presidir a comissão, o que equivale a uma derrota para o Executivo.
O senador foi derrotado por estratégia da oposição, que conseguiu eleger por 18 votos a 14 o senador Carlos Viana (Podemos-MG), um senador de oposição ao Governo Federal.
Viana também indicou um relator da oposição, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já havia indicado o nome do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-PB) para o posto, um governista. O senador foi um dos derrotados do dia.
Gaspar tem vínculo com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi relator da proposta que suspendeu parte da ação penal contra Alexandre Ramagem (PL-RJ) pela tentativa de golpe de Estado.
O presidente da CPI mista creditou a escolha por Gaspar baseado na "grande experiência curricular".
"Conversamos bastante sobre o desafio desta CPMI. Tenho certeza que vai fazer um grande trabalho", afirmou Carlos Viana.