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As façanhas de um rei: Pelé deixa marca de revolução no futebol

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As façanhas de um rei: Pelé deixa marca de revolução no futebol

O craque faleceu nesta quinta-feira (29) aos 82 anos

Por Lara Curcino
As façanhas de um rei: Pelé deixa marca de revolução no futebol
Foto: Divulgação/Fifa

O Rei Pelé faleceu aos 82 anos nesta quinta-feira (29), em São Paulo, no Hospital Albert Albert onde estava internado há cerca de um mês.

Edson Arantes do Nascimento nasceu em 23 de outubro de 1940, na pequena cidade de Três Corações (MG) e anos mais tarde teria seu apelido ecoado pelos quatro cantos do mundo. Pelé tinha o futebol no sangue, já que seu pai, João Ramos do Nascimento, era jogador profissional.

Em sua autobiografia, Pelé explica que o apelido veio dos seus colegas de escola, por causa da forma que ele pronunciava o nome de seu jogador favorito, o goleiro Bilé, do Vasco da Gama, time do qual ele é torcedor.

O atleta se mudou ainda criança com a família para Bauru (SP), onde vivia em realidade humilde. A primeira equipe dele foi o Sete de Setembro, em que jogava na terra batida e sem chuteiras. Quando foi chamado pelo Ameriquinha, usou o calçado pela primeira vez e foi campeão do Torneio Início de lá. Aos 13 anos, foi contratado pelo Baquinho, a equipe infanto juvenil do Bauru Futebol Clube, onde chamou a atenção da imprensa local pela quantidade de gols e habilidade com a bola. 

Depois de se aventurar também pelo futsal e ser cada vez mais notado, recebeu uma proposta do Bangu, mas a mãe, Celeste Nascimento, não queria que ele se tornasse jogador e recusou o contrato. O técnico do Bauru, Waldemar de Brito, foi o responsável por convencê-la de que o filho deveria investir na carreira e levou Pelé para fazer um teste no já renomado Santos, um encontro que marcou a história do Brasil e do futebol mundial. 

Santos

Ao chegar com 15 anos no Peixe para testes, Pelé foi vendido por Brito como o atleta que seria “o maior jogador de futebol de todos os tempos”. As atuações em campo impressionaram a comissão técnica santista, que assinou um contrato com ele. Em 7 de setembro de 1956, estreou pelo time profissional, ainda com 15 anos. 

Mesmo sendo reserva durante boa parte dos jogos pelo clube no começo da carreira, foi notado pela seleção brasileira, que o convocou aos 16 anos. A partir daí, deslanchou nos gramados e não parou mais.

O apelido de “Rei Pelé” foi dado pelo jornalista Nelson Rodrigues, que escreveu uma crônica de nome “A realeza de Pelé”, após uma atuação de gala contra o América, no Torneio Rio-São Paulo de 1958. "Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável — a de se sentir rei, da cabeça aos pés", disse. 

Seleção

Neste mesmo ano, o mundo reverenciou Pelé pela primeira vez. Ele é até hoje o jogador mais novo a estrear em Copa do Mundo. No Mundial da Suécia, aos 17 anos, ele protagonizou a conquista da primeira estrela brasileira. Em 1962, no Chile, Pelé era a grande aposta da Canarinho, junto a Mané Garrincha, mas sofreu uma lesão no segundo jogo, depois de ter marcado um dos gols da vitória sobre o México na estreia. 

Garrincha, então, conduziu a equipe brasileira ao segundo título mundial, mas Pelé ganhava a segunda Copa de sua carreira. Em 1966, o atacante chegou a balançar as redes, mas o Brasil foi eliminado ainda na fase de grupos. 

Em 1970, na Copa do México, a seleção brasileira reuniu diversos craques, como Jairzinho, Carlos Alberto Torres, Rivellino e o próprio Pelé. A equipe, que ficou conhecida como “Esquadrão”, por ter trabalho coletivo com atuação em alto nível de todos os jogadores, costurou a terceira estrela na Amarelinha. 

Esta foi a última Copa do Mundo de Pelé, que se aposentou da seleção, por vontade pessoal, em 1971. O time formado para o Mundial de 70 foi considerado pela World Soccer Magazine como o melhor de todos os tempos. 

Pelé é até hoje o único jogador a ter três títulos de Copa e é o quinto maior artilheiro em mundiais da história. E se na Canarinho ele se fez inesquecível, no Santos não foi diferente. 

O alvinegro paulista, que revelou o atleta, foi o único time brasileiro que teve a honra de tê-lo no quadro de jogadores. O atacante ficou até 1974 no Peixe, completando 18 anos no clube e 1.091 gols marcados em 1.116 partidas. Os números representam uma média inacreditável de 0,98 gols por jogo.

Pelo Santos, conquistou seis campeonatos brasileiros, duas Libertadores, dois mundiais de clubes e outros 15 títulos. Pela seleção, além das Copas, levantou a taça em outras seis oportunidades. 

NY Cosmos

Ao fim da carreira, em 1975, Pelé deu adeus ao clube que o mostrou ao mundo e assinou com o New York Cosmos, dos Estados Unidos, no qual ficou por dois anos e conquistou o campeonato nacional. Quando se aposentou, a camisa 10 do time também foi aposentada, em homenagem a ele. 

Honrarias

O atacante é o segundo maior goleador da história em jogos oficiais, tendo marcado 765 vezes, em 812 partidas, atrás apenas do português Cristiano Ronaldo. Contando confrontos não oficiais, segundo a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), ele fica em primeiro lugar, com 1283 gols em 1363 jogos.

Também pela IFFHS, em 1999, Pelé foi considerado o jogador do século. No mesmo ano, o Comitê Olímpico Internacional (COI) o elegeu o atleta do século. Em 2000, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) concedeu a ele e a Diego Maradona o prêmio de Melhor Jogador do Século. 

As honrarias são infinitas e o legado será eterno. Com a bola nos pés, revolucionou o mundo do futebol ao explorar os dribles e jogadas nunca antes vistas. Ele foi o primeiro a consolidar uma forma criativa de jogar, misturando o talento e a técnica e encantando o planeta. Por causa dele, vieram tantos outros depois. 

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