Atendimentos a mulheres vítimas de violência crescem mais de 50% na Bahia em 2025, diz Defensoria

A Defensoria Pública da Bahia (DPE/BA) registrou um aumento superior a 50% no número de atendimentos a mulheres vítimas de violência entre janeiro e julho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024. De acordo com dados do Núcleo de Defesa das Mulheres (Nudem), foram contabilizados 4.446 atendimentos em todo o ano passado, enquanto, até 30 de julho de 2025, já havia 3.411 casos.

Entre janeiro de 2024 e 5 de agosto de 2025, a Defensoria solicitou 1.143 medidas protetivas de urgência, sendo 396 apenas neste ano. Previstas na Lei Maria da Penha, que completou 19 anos na última quinta-feira (7), essas medidas podem ser requeridas diretamente ao Nudem, sem necessidade de agendamento ou apresentação de boletim de ocorrência.

O cenário acompanha a tendência nacional de violência contra a mulher. O Anuário de Segurança Pública 2025 mostra que, em 2024, o país registrou 1.492 casos de feminicídio, alta de quase 1% em relação ao ano anterior, contrariando a queda de 5,4% nas mortes violentas em geral. O levantamento revela que oito em cada dez vítimas foram assassinadas por companheiros ou ex-companheiros, majoritariamente em casa (64,3%). A maioria era negra (63,6%), tinha entre 18 e 44 anos (70,5%) e foi morta por homens (97%). Houve ainda 3.870 tentativas de feminicídio, aumento de 19% no período.

Para reforçar o enfrentamento à violência, a Defensoria lançou neste mês a campanha “Agosto Lilás: na Bahia, conte com a Defensoria”. A iniciativa oferece atendimento jurídico e psicossocial, orientação sobre medidas protetivas e ações de conscientização. Nos dias 20 e 21 de agosto, das 8h às 17h, equipes da DPE/BA estarão na Estação de Metrô CCR Aeroporto, em Salvador, para atender o público e apresentar uma exposição com histórias reais de mulheres assistidas pela instituição.