Atendimentos ambulatoriais crescem mais de 300% na pandemia

Dados foram compilados junto ao Ministério da Saúde

Por Da Redação
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Atendimentos ambulatoriais crescem mais de 300% na pandemia

Foto: Agência Brasil

Dados do Ministério da Saúde divulgados na última quinta-feira (18), apontam uma elevação de 303% nos atendimentos ambulatoriais por acidentes domésticos durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em pessoas de até 15 anos de idade. A pesquisa comparou os registros de atendimento que não precisam de internação no Sistema Único de Saúde (SUS) entre os meses de março e outubro de 2020 com igual período de 2019. Nesse intervalo, os atendimentos passaram de 7.179 para 28.939.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), a maior parte dessas ocorrências se refere a lesões nas mãos, causadas por queimaduras, quedas e cortes. No total, foram contabilizadas 39.338 ocorrências, uma alta de 112% em 2020 contra 18.525 em 2019. O presidente da SBCM, Henrique de Barros Pinto Netto, confirmou na quinta (18), em entrevista à Agência Brasil, o aumento da procura nos hospitais por acidentes domésticos na faixa de zero a 15 anos de idade. Durante a entrevista, ele alertou os pais e responsáveis para ficarem atentos quanto à segurança dos filhos dentro de casa durante a pandemia.

Além disso, ele disse que, de acordo com a faixa etária, há uma exposição maior aos acidentes. “Quando a criança nasce, ela tem cuidados pela mãe e não vai ao solo. Quando ela está querendo engatinhar, tem um nível de visão baixo e o que está mais próximo dela são as tomadas”, explicou. 

“Como a criança está na fase oral, isso significa que se ela colocar a mão na boca e em seguida na tomada, se esta não tiver proteção, a criança leva um choque e tem uma lesão grave, que vai se estender até a adolescência”, disse o especialista.

O cirurgião destacou que aos 4 anos de idade, a criança já começa a brincar com outras coisas, e já pode subir em móveis. “Nessa faixa, tem maior incidência de fraturas”. Aos 8 anos, o menor volta sua atenção para equipamentos como skate e outros, com risco também de fraturas. O especialista lembra que aos 14 anos, na adolescência, há a descoberta de fogo e de fogos de artifício, que podem provocar sérias queimaduras. 

A SBCM recomenda aos pais ter uma porta ou divisória que limite o acesso à cozinha. Outra é colocar protetor em todas as tomadas. A entidade lembra ainda que quando a mãe ou pai estiver cozinhando, não deve deixar cabos de panelas para fora do fogão, e ferro de passar roupa perto. Também é preciso estar atento ao banheiro, onde as crianças podem pegar o barbeador do pai ou aparelho de gilete, por exemplo, provocando acidentes. 

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