Aumento do lucro da Caixa se deu após venda de ações, diz Fenae

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) rebateu, na sexta-feira (20), a notícia da Caixa sobre o aumento de lucro. Segundo a federação, o aumento se deu devido à "política de desinvestimentos", impulsionado pela venda de ativos. 

O anúncio do lucro recorde de R$6,3 bilhões foi feito pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante live com o presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que "a gente mostrou que os balanços tinham problemas ao longo de dez anos, e nós mostramos que não tem mais". 

Segundo Sergio Takemoto, presidente da Fenae, o resultado demonstra a política de "desmonte" por parte da atual gestão. "Os destaques do resultado impulsionado pela venda de ativos demonstram a redução do papel social do banco público e a política de desmonte da atual gestão da instituição, que é o de privatizar a Caixa aos pedaços. Mais uma vez, se faz necessário reforçar a importância da Caixa para o Brasil e para os brasileiros."

Segundo a Fenae, a venda da Caixa Seguridade (R$ 3,3 bilhões) e do Banco Pan (R$1,9 bilhão) colaboraram para a alta nos lucros da empresa. "O resultado mostra a importância do banco para as políticas públicas e para o desenvolvimento do país", completa Takemoto. 

Além disso, o presidente da federação apontou o aumento da inadimplência e dos empréstimos. Segundo dados da empresa, o índice de inadimplência da Caixa, que considera atrasos acima de 90 dias, piorou e chegou a 2,46% no segundo trimestre contra 2,04% no primeiro. Além disso, a Carteira de Crédito Ampliada da Caixa teve alta de 13,4% em doze meses, totalizando em R$ 816,2 bilhões. 

"O aumento dos empréstimos e da inadimplência reflete a má situação econômica do país. Ou seja, com o país quebrado, as pessoas recorrem aos empréstimos para sobreviver”, concluiu.