Filosofia africana é base para história infantil "A luz de Aisha", das autoras Luana Rodrigues e Aza Nisre. As autoras usam ideias da filosofia kindezi, do povo bantu, para construir uma narrativa delicada sobre a responsabilidade de todos em nutrir o brilho pessoal de cada um.

O lançamento acontece por meio de um financiamento coletivo disponível na plataforma Catarse, disponível até 16 de outubro em https://www.catarse.me/a_luz_de_aisha.

O enredo conta a história de Aisha, uma garota negra, que transforma a dor numa trajetória de criatividade e afeto em primeiro plano. Na contramão das narrativas de superação, tão comuns em nossos tempos, esta obra não procura estimular a busca individual por força e coragem. De acordo com as autoras, a ideia tece um elogio ao encantamento e à alegria como dons só alcançáveis pelo nutrir coletivo.

Trata-se de um livro que “assopra vida na população afrodescendente, cuja maioria das crianças não consegue chegar à adolescência, porque tem suas vidas, famílias e sonhos interrompidos por um genocídio negro em curso há séculos. Uma obra que, sobretudo, nos ensina que é preciso provocar ventania nas nuvens brancas que pairam sobre essa população, para que o sol de cada um possa ser aceso e iluminar", explica a artista e arte-educadora Verônica Bonfim. 

Nova editora

O lançamento de A luz de Aisha marca a chegada da Editora Rebuliço ao mercado. A nova casa editorial é formada por um time de quatro mulheres, profissionais já experientes no ramo dos livros. A proposta é publicar obras que possam provocar questionamentos, reinventar atitudes, movimentar consciências em prol da empatia, da justiça social, do respeito às diferenças e da constante (re) construção das subjetividades. Não à toa, a história criada por Aza Njeri e Luana Rodrigues e ilustrada por Gabriel Ben é seu primeiro lançamento.