Quando ele chegou, em 2016, a ideia era concorrer com um segmento que não se firmou no mercado, o dos subcompactos. Já sem o Uno Mille, e com o projeto do Argo nas mãos, a Fiat queria oferecer um modelo compacto e barato. Hoje o mercado mudou, há exigência de equipamentos de segurança que encarecem os modelos mas com a crise ele voltou ao protagonismo sendo um dos carros mais vendidos do país. O Fiat Mobi está vivendo uma “nova encarnação” especialmente na roupagem Trekking, que tem o estilo aventureiro. Com motor 1.0 Fire (o mesmo que vinha no velho Uno), ele vem bem equipado com algumas ressalvas e custa R$ 57,9 mil chegando a R$ 60 mil na versão avaliada pelo Farol da Bahia. 

Na linha 2022 entre as poucas novidades estão o adesivo preto fosco no capô, novo logo Script da Fiat e o “flag” na parte inferior da grade com a bandeira estilizada da Itália. Por dentro ganhou volante multifuncional com acabamento em black piano e um console de teto com porta óculos, espelho retrovisor extra e luzes internas. 

O que tem e o que falta no Mobi?

Neste preço o Mobi traz uma boa lista de equipamentos mas com alguns deslizes. O Mobi traz de série ar-condicionado, direção hidráulica (não elétrica, note bem), vidros dianteiros elétricos, computador de bordo no painel com cluster digital, banco do motorista com regulagem de altura, travas elétricas com chave do tipo canivete, sensor de ré, multimídia UConnect com tela de 7" e espelhamento com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Deslizes porque nesse preço não traz uma câmera de ré por exemplo, algo útil mesmo em um carro diminuto. 

Ainda no estilo antigo para ter itens como ajuste de altura do cinto e a regulagem do banco é preciso adicionar o “Pack One” e para ter as belas rodas de liga leve e farois de neblina paga-se mais no “Pack Style”. Vale lembrar que as dimensões são as mesmas: 3,56m de comprimento, 2,30m de entre-eixos, 1,66m de largura, 1,55m de altura, bons 19cm de altura do solo com reduzido porta-malas de 200 litros. 

Motor Fire de 75cv  

O motor do Mobi Trekking é um velho conchudos há 18 anos na linha Fiat. Ele adora o Fire EVO quatro cilindros aspirado e 8V com 73/75 cv e 9,5/9,9 kgfm de torque com câmbio de cinco marchas. 

No dia a dia ele é fácil de manejar pelo tamanho e seus 957kg. O câmbio é macio com relações bem curtas que vão bem na cidade mas requer atenção nas estradas por conta da retomada mais lentas. No entanto, pode-se viajar tranquilo entre 100 e 120km/h com bom conforto acústico só tomando algum cuidado extra em curvas fechadas. Para o uso diário a direção hidráulica cansa um pouco. 

O Mobi é bem agradável de guiar embora a posição não facilite muito a vida de motoristas altos bem bem como de passageiros avantajados. O consumo é razoável com média de 9,5km/l com etanol na cidade e até 12 na estrada. Com gasolina a Fiat informa 13km/l na cidade e 16 na estrada. 

O Mobi é sem dúvida um carro que traz a herança dos subcompactos históricos da marca. É agil, leve e econômico. Poderia ser melhor voltando a usar o motor Firefly três cilindros mais adequado para ele assim como o visual que é bem carregado com proposta aventureira. O Mobi tem pequenos deslizes mas certamente é fruto de uma boa ideia apesar do custo elevado atualmente.