Bahia registra maior número de homicídios de mulheres entre os estados do Nordeste, aponta Atlas da Violência
Dados correspondem a análise de 10 anos - de 2013 a 2023 -

Foto: Marcos Santos/USP
A Bahia foi o estado da região Nordeste que registrou o maior número de homicídios de mulheres, entre os anos de 2013 e 2023. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (12), pelo Atlas da Violência 2025, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O levantamento aponta que a Bahia compõe o ranking das quatro unidades federativas com maior taxa de assassinato de mulheres em 2023 – 5,9 para 100 mil habitantes – e classifica o estado como “o mais violento para as mulheres da região Nordeste”.
Em comparação com 2022, os números sofreram um aumento de 12,7%, com 463 mortes, ante 411 no ano anterior.
Mortes de mulheres negras
A Bahia ocupa o terceiro lugar entre os estados com maior porcentagem de assassinato de mulheres negras no ano de 2023, com . A colocação é dividida com Amazonas (6,9), ficando atrás apenas de Pernambuco (7,2) e Roraima (6,9).
A taxa é maior do que a nacional (4,3), que registrou queda de 20,4% (entre 2013 a 2023) da morte de mulheres negras. Na Bahia, o cenário foi pior para esta parte da população, com aumento de 23,7% dos casos em 10 anos.
Em relação à população, em 2023, cerca de 80% dos homicídios de mulheres tiveram vítimas negras, enquanto essa população representa pouco mais de 70% da população entre as mulheres. Na análise dos casos de mulheres não negras, o cenário é diferente: a população é pelo menos 10% maior que a taxa de homicídio.
Homicídios de mulheres no Brasil
O Brasil teve 10 mulheres assassinadas por dia em 2023. Foram 3.903 ocorrências, o maior patamar desde 2018. A estimativa é que um terço dos casos seriam feminicídios.
O número vai na contramão dos homicídios gerai registrados no país, que tiveram queda de 2,3% na taxa, com menor índice desde 2023 (21,2).
Sobre os locais onde ocorreram os crimes, o levantamento aponta que 64,3% das mulheres foram mortas dentro da própria casa.