"Banco Central fará o que for preciso para levar a inflação para as metas em meio ao avanço de preços na economia brasileira", diz Campos Neto

O presidente do BC sublinhou que a instituição esperava parte desse movimento em preços de serviços

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FOTO: Reprodução

O Banco Central fará o que for preciso para levar a inflação para as metas em meio ao avanço de preços na economia brasileira, mas o presidente da instituição financeira, Roberto Campos Neto, frisou, ao falar no evento MacroDay 2021, promovido pelo banco BTG Pactual, que isso não significa que o BC reagirá sempre a dados novos.

Campos destacou que o BC levará a Selic para onde for necessário, mas não irá alterar seu plano de voo a cada número de alta frequência que sair. Segundo ele, choques consecutivos impactaram a inflação no Brasil e isso nunca aconteceu em período tão curto de tempo. Ele reconheceu que houve alta recente nos núcleos de inflação, mas sublinhou que o BC esperava parte desse movimento em preços de serviços. 

Campos Neto disse ainda que o efeito da alta de commodities no Brasil em meio à recuperação do choque da pandemia de Covid-19 foi maior e mais rápido no Brasil e que agora se dissemina por outros países pares. “A Petrobras repassa preços muito mais rápido do que ocorre em outros países.”

O presidente do BC também buscou esmiuçar a intenção do Banco Central com a comunicação adotada sobre a alta da Selic. “Quando a gente fala ‘whatever it takes’ (o que for necessário) basicamente a gente está querendo dizer o seguinte: a gente tem um instrumento na mão que vai ser usado da forma como ele precisa ser usado e a gente entende que a gente pode levar a Selic até onde precisar ser levada para que a gente tenha uma convergência da meta no horizonte relevante. Mas a gente também gostaria de dizer que isso não significa que o BC vai reagir, que vai ter alterações no plano de voo, a cada dado de alta frequência que sai. Ou seja, algumas coisas a gente tem comunicado, já tinha antecipado, algumas coisas de disseminação (de inflação) estão um pouco piores de fato na ponta, mas a gente tem um plano de voo que a gente olha num horizonte mais longo. Isso não significa que você não vai atingir o objetivo de estabilizar, de fazer a convergência da inflação à frente”.

A inflação brasileira tem surpreendido para cima e nos 12 meses até agosto bateu em 9,68%, muito distante do teto da meta oficial para este ano: IPCA de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne na próxima semana para sua decisão para a Selic. Desde agosto a sinalização era de que a autoridade antevia um novo aumento de 1 ponto percentual para este mês.


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