Bebida alcoólica no organismo pode gerar 'euforia' e 'blackout', dizem especialistas

Mulheres são mais propensas à concentração mais acelerada de álcool no sangue

[Bebida alcoólica no organismo pode gerar 'euforia' e 'blackout', dizem especialistas]

FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O psiquiatra David Nutt desenvolve um estudo sobre o impacto das drogas no cérebro e afirma que as pessoas "associam o cheiro e o sabor da sua bebida favorita aos efeitos no cérebro e ao prazer que está por vir". “O álcool é a melhor droga de socialização que conhecemos”, afirma o psiquiatra à CNN. 

No entanto, esse bem-estar é associado a um estado de "euforia" por causa da ingestão das primeiras bebidas alcoólicas, que rapidamente pode transformar-se num estado de consciência alterado de tal forma que pode levar a perda de memória e, em casos extremos, ao coma e à morte. 

O neurologista João Massano, coordenador da Unidade de Neurocognição e Demências do Hospital CUF, em Portugal, explica à CNN que é justamente para aliviar a tensão que as pessoas costumam procurar no álcool uma forma rápida de se desinibirem.

“Muitas pessoas têm a noção de que a fase da euforia favorece as suas interações sociais, ajudando a ultrapassar algum tipo de introversão, vergonha ou ansiedade associadas ao contato com outras pessoas, e, por isso, consomem álcool na tentativa de alcançarem este estado de bem-estar relativo”, observa.

“No entanto, muitas destas tentativas acabam mal, porque o consumo acaba por ultrapassar o desejável, conduzindo às fases seguintes”, completa o neurologista.

À medida que o consumo de álcool aumenta, vai-se passando para uma outra fase do consumo de álcool, que se traduz num estado de “confusão, com descoordenação de movimentos e, por vezes, perda de consciência”. E, “doses muito altas, podemos mesmo ter morte associada, depressão respiratória ou coma”, acrescenta a psiquiatra Ana Margarida Franco, que trabalha no departamento das adições do Hospital Monsanto, na Amadora.

É nesta última fase, da perda de consciência, que podem ocorrer os chamados “blackouts” – uma perda de memória, total ou parcial, que ocorre “quando a quantidade de álcool é suficiente para afetar o funcionamento dos circuitos de memória”, explica João Massano.

Estas perdas de memória “tendem a acontecer sobretudo quando a ingestão de álcool é feita num curto de espaço de tempo, em que a concentração de álcool no sangue aumenta rapidamente”, acrescenta o neurologista, destacando que “as mulheres são, por motivos fisiológicos, mais propensas à concentração mais acelerada de álcool no sangue e aos efeitos decorrentes da intoxicação”.

Os blackouts são associados pelos especialistas a um "descuido na alimentação" que por vezes ocorre num contexto social e que leva a “déficits vitamínicos”, nomeadamente da tiamina (vitamina B1), fundamental para o funcionamento normal dos neurônios.
 


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