Bertha Benz: a história da primeira mulher a pilotar e viajar com um automóvel

De família abastada, ela deu impulso aos negócios do marido e aprimorou o primeiro automóvel

O automóvel foi inventado em 1885. Neste ano Karl Benz patenteou seu Motorwagen. Mas pouca gente sabe que sua esposa Bertha Benz teve papel fundamental na invenção, nos recursos e no aprimoramento do veículo. Ela não só financiou como dirigiu e aprimorou o projeto do Benz Patent Motorwagen, considerado primeiro automóvel do mundo.

Bertha Reinger era de uma família rica do Grão Ducado de Baden. Seu pai era um bem sucedido homem de negócios e da indústria além de exímio carpinteiro envolvido em grandes obras. Bertha teve oito irmãos mas foi a única que se interessou pelo funcionamento de máquinas e equipamentos. Normalmente as mulheres não tinham acesso à educação na Alemanha e Bertha convenceu seu pai a matricula-la em uma escola feminina. 

Bem jovem, com 21 anos, quando boa parte das mulheres da sua idade já eram casadas, Bertha usou uma parte de suas economias para comprar uma empresa de fundição para estar próxima do mundo que aprendeu a admirar. Em uma viagem de família conheceu o jovem Karl Benz que era famoso pelo seu projeto das “carruagens sem cavalos”. Os dois se casaram. 

Karl Benz usou parte do dote de Bertha para investir em sua própria empresa e só com o dinheiro da esposa conseguiu concluir o projeto em 1885. Porém, Bertha não figurou como investidora pois a legislação da época não permitia que ela fosse sócia nos negócios. 

Bertha tinha origem abastada mas sofreu preconceito e teve que se afastar do convívio com outras famílias importantes da Alemanha. Isso porque Karl Benz era chamado de louco e que seu invento era perigoso. Bertha persistiu e era vista com os filhos na cidade de Mannheim onde moravam a bordo do automóvel que era tão criticado. 

Um invento “desnecessário”

O Motorwagen tinha 954cc e apenas 0,9cv sendo praticamente uma motocicleta com motor a gasolina onde a lubrificação era por gotejamento. Bertha foi também uma das primeiras pessoas do mundo a viajar de carro. 

Ela saiu de Mannheim passando por duas cidades até chegar a Pforzheim em um percurso de quase 100km. Ao longo do percurso Bertha usou um alfinete para limpar o carburador do carro, melhorou os freios com uma tira de couro e com um anel elástico da meia usou para isolar um fio do motor. Em uma das paradas, Berta consultou um sapateiro que costurou a tira de couro em um bloco para aprimorar a frenagem. 

Na cidade de Wiesloch observando o consumo do carro, Bertha comprou benzina extra para abastecer o Motorwagen. Não havia medidor ou nenhum dispositivo para observar o nível do tanque que tinha 4,5 litros de capacidade. 

Ao chegar em Pforzheim, Bertha se comunicou com o marido por telegrama e três dias depois retornou com o carro a Mannheim, percorrendo  o total 194km. Bertha aprimorou o automóvel junto com Karl ao sugerir um sistema de correias mais durável, refrigeração mais eficiente para o motor e sistema de freio mais seguro para que pudesse ser acionado sem tanto uso de força.

O casal se mudou para Lademburg anos depois em 1905 e Karl deixou a empresa que fundou para criar novos empreendimentos o ligados ao mundo do automóvel. A esta altura a Daimler-Motoren-Gesellschaft já era uma empresa desenvolvida e referência em automóveis. Karl Benz morreu em 1929 e Bertha acompanhou os filhos que o sucederam na direção das empresas da família. 

 

 

 

 


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