Biden planeja retirar todos os militares americanos do Afeganistão até o fim de agosto
"Não havia como sair sem caos", disse o presidente

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Dois dias após se dirigir à nação com uma mensagem sobre a retirada do Afeganistão, o presidente americano Joe Biden reiterou que planeja retirar todos os militares americanos do país até o dia 31 de agosto. Em entrevista à emissora ABC, nesta quinta-feira (19), presidente admitiu que pode adiar os planos, caso haja cidadãos americanos que não tenham sido removidos. "Se você for da força americana […] Se ainda houver cidadãos americanos, nós vamos ficar para tirá-los todos de lá. Não havia como sair do Afeganistão sem caos".
No mesmo trecho da entrevista em que admitiu adiar os planos, Biden se esquivou de responder se o compromisso é válido para os afegãos aliados dos Estados Unidos e os que trabalharam para as forças americanas e de outros países da Otan. Após ouvir do apresentador dizer que há 80 mil ex-colaboradores dos Estados Unidos em perigo no Afeganistão, o presidente o corrigiu, e disse que o governo trabalha com uma estimativa ”entre 50 mil e 65 mil pessoas no total, contando com suas famílias”.
O Departamento de Defesa informou nesta quinta-feira (19) que atualmente há 5.200 militares americanos em Cabul. Grande parte deles foi enviada ao Afeganistão depois do último domingo (15), quando o Talibã tomou o poder, exclusivamente para a remoção dos americanos e outros estrangeiros do país.
Apesar da vitória militar dos talibãs e sua entrada em Cabul, as forças americanas continuam controlando o aeroporto internacional e o espaço aéreo da capital afegã. Antes do envio de reforços nesta semana, os EUA mantinham 2.500 soldados em solo afegão, e no início de julho haviam fechado sua última base aérea, a de Bagram, próxima a Cabul.