Bolsa brasileira tem o 2º pior desempenho no mundo em 2021
Ibovespa, principal índice de ações da B3, caminha na contramão da tendência global

Foto: NurPhoto/Getty Images
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, registrou o segundo pior desempenho no mundo em 2021. Ficou atrás apenas da bolsa da Venezuela, segundo ranking da agência classificação de risco Austin Rating, divulgado pelo G1 nesta sexta-feira (3).
O levantamento divulgado compara a variação de 79 índices internacionais em bolsas de 78 países no acumulado no ano, até o fechamento de novembro.
O ranking aponta, entretanto, que o Ibovespa caminha na contramão da tendência global dos mercados acionários, tanto de países desenvolvidos como de emergentes. Dos 79 índices analisados, apenas 9 acumulam perdas no ano.
A mediana das variações das bolsas do mundo nos 11 primeiros meses do ano foi de 13,6%, enquanto que a Bolsa brasileira amargou uma baixa de 14,4%, atrás somente do IBC da Venezuela (-99,5%), país que está há anos num quadro de hiperinflação.
"As bolsas acabam refletindo o momento a economia. Elas têm um impacto imediato e parte disso também é de expectativa futura", afirmou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, autor do levantamento. Ele também destacou que o Brasil tem mostrado uma forte desaceleração e uma perspectiva de crescimento abaixo da média global.
Nos EUA, cujos mercados são as principais referências globais, o Dow Jones acumulou alta de 12,67% até novembro, e o índice Nasdaq um avanço de 20,56%.
A parcial do ano mostra que os melhores desempenhos são das bolsas da Mongólia e do Zimbabué, com saltos de 104% e 305%, respectivamente. A Austin ressalta, no entanto, que tratam-se de economias 'nanicas' e de mercados com pouco volume de negociação e poucas empresas listadas.
Já a surpresa da presença da Argentina entre as bolsas com melhor desempenho no ano é explicada principalmente pela inflação elevada e pela base fraca de comparação após anos de crise econômica.


