Bolsa brasileira tem perda bilionária após 'discurso irresponsável e populista de Lula', diz ex-ministro da Fazenda
Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva desagradou agentes financeiros ao questionar políticas de controle fiscal
O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega disse, no sábado (12), que a perda bilionária que a bolsa brasileira teve na última quinta-feira (10) foi uma consequência do “discurso irresponsável e populista de Lula”. Em entrevista à CNN, ele também culpou o presidente eleito pela forte alta dos juros futuros.
Segundo o ex-ministro, Lula ter afirmado que a educação não é um gasto foi uma estupidez. "Gasto é gasto, o rótulo de um gasto não muda sua natureza. A preocupação que deve ter um administrador público em questões de finanças públicas é fazer com que programas sociais impactem de maneira controlada a dívida pública”, disse Maílson.
O ex-ministro pontuou que gastos em educação impactam o caixa do Tesouro assim como qualquer outro e que, se não tiver recursos fiscais para isso, o governo vai ter que se endividar. "Vai chegar um momento em que a percepção será de que a expansão da dívida tomou uma trajetória tão insustentável que, em algum momento, o governo vai ficar impossibilitado de pagar os encargos financeiros da dívida”, explicou.
O ex-ministro afirmou ainda que todos são favoráveis a políticas sociais direcionadas aos menos favorecidos, mas que é preciso dar a esse público condições não penas de sobrevivência, mas de acesso à educação, a uma boa residência e ao transporte.
"Agora, se você faz isso descuidando do impacto na dívida, isso vai contra os pobres, porque o descontrole fiscal gera uma queda de confiança, implicando em fuga de capitais do país, e impacta não só os preços, mas a taxa de câmbio, que tem influência nos preços comercializados no exterior, particularmente as commodities”, finalizou.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva desagradou agentes financeiros ao questionar políticas de controle fiscal e sugerir que capital direcionado à educação são investimentos, não gastos. "Vamos mudar alguns conceitos nesse país. Muitas coisas que são consideradas como gasto nesse país nós temos que passar a considerar como investimento", disse Lula, na quinta, durante discurso na sede do governo de transição, em Brasília.