Bolsonaro afirma que nota de presidente da Anvisa foi "bastante agressiva"

O presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou, nesta segunda-feira (10), a nota divulgada pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Barra Torres, como "bastante agressiva". Segundo o chefe do Executivo, ele não acusou a agência reguladora de corrupção.

"Não tivemos nenhum atrito ao ponto tal de ele falar que eu tinha que identificar qualquer indício de corrupção. Deixo claro, em novembro a Polícia Federal foi na casa de diretores antigos da Anvisa, então nenhum órgão está livre de corrupção. Agora, eu não acusei a Anvisa de corrupção, eu perguntei o que está por trás dessa gana", disse Bolsonaro. 

Além disso, o presidente afirmou que o Brasil foi um dos países que mais vacinou no mundo. "Até porque eu, governo federal, nós compramos até o momento em torno de 400 milhões de doses de vacinas. Mesmo proporcionalmente, é um dos países que mais vacinou no mundo", disse.

No entanto, mesmo afirmando que não acusou diretamente o órgão de corrupção, Bolsonaro voltou a questionar quais seriam as "segundas intenções" da Anvisa.

"Repito, o que está por trás? Quais segundas intenções? Quais outras intenções da Anvisa? Não houve da minha parte nenhuma acusação, a palavra "corrupção" não saiu em nenhum momento. Ele resolveu fazer uma nota bastante agressiva", completou.

Em nota, Torres cobrou que o presidente "se retratasse" e afirmou que pautou sua vida pessoal em "austeridade e honra". 

“Como médico, Senhor Presidente, procurei manter a razão à frente do sentimento. Mas sofri a cada perda, lamentei cada fracasso, e fiz questão de ser eu mesmo, o portador das piores notícias, quando a morte tomou de mim um paciente”, diz o militar em trecho da nota. “Nunca me apropriei do que não fosse meu e nem pretendo fazer isso, à frente da Anvisa. Prezo muito os valores morais que meus pais praticaram e que pelo exemplo deles eu pude somar ao meu caráter.”, completou.