Bolsonaro deseja que evangélico comande Ancine

Presidente-diretor foi afastado do cargo na semana passada

Por Da Redação
Às

Bolsonaro deseja que evangélico comande Ancine

Foto: Adriano Machado/Reuters

Além de desejar um nome evangélico para o STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deseja alguém com perfil parecido para comandar a Agência Nacional do Cinema (Ancine).A informação foi divulgada pelo presidente da República em conversa com um grupo de jornalistas no Quartel General do Exército, em Brasília, na tarde do último sábado (31).

Ao comentar o afastamento de Christian de Castro da presidência da Ancine por causa de uma decisão judicial, Bolsonaro voltou a demonstrar descontentamento com a gestão da agência e afirmou que o mesmo não teria o perfil desejado para o órgão. Ainda segundo, Bolsonaro, Christian deveria ser evangélico que conseguisse recitar de cor "200 versículos bíblicos", que tivesse os joelhos machucados de tanto ajoelhar e que andasse com a Bíblia por baixo do braço.

Na última semana, Bolsonaro assinou um decreto afastando Castro, cumprindo decisão judicial baseada em ação do Ministério Público Federal. Segundo apurado pelo órgão, um suposto conluio entre o ex-dirigente, servidores e atual secretário de Cultura e Economia Criativa do estado de São Pualo, Sérgio Sá Leitão. Com a saída de Castro, Alex Braga assume o comando da Ancine.

Segundo a investigação, Castro e outros dois servidores da Ancine, que também foram afastados, são suspeitos de acessar o sistema eletrônico da agência, com intenção de obter e repassar informações sigilosas a um sócio do ex-presidente afastado. Sá Leitão e outras três pessoas teriam deixado de informar o acontecimento às autoridades.

O governo tenta aumentar o controle sobre a agência. Bolsonaro chegou a afirmar que pretendia extinguir a agência, caso não pudesse implantar um "filtro de conteúdo". No último dia 21, o secretário especial da Cultura, Henrique Pires, deixou o cargo por não admitir que o governo imponha "filtros" na cultura. O anúncio aconteceu após o edital de projetos LGBT ser suspenso para TVs públicas, que foi criticado por Bolsonaro.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário