O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar a adoção de medidas restritivas para tentar frear o avanço da Covid-19 no Brasil e a defender o chamado tratamento precoce durante evento em Chapecó, Santa Catarina.

As ações para restringir a circulação de pessoas têm sido defendidas por autoridades sanitárias para enfrentar a pandemia no país. Já os medicamentos utilizados para tratamento precoce são sem eficácia comprovada contra a doença e que, segundo a Associação Médica Brasileira, deveriam ter seu uso contra a Covid banido.

Durante o seu discurso Bolsonaro disse que o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), defensor do “tratamento precoce”, tem feito um “trabalho excepcional” e é um “exemplo a ser seguido”.

"Fez um trabalho excepcional no tocante aos recursos dados pelo Estado e no atendimento na ponta da linha de quem necessitava do tratamento. É uma obra fantástica por parte dele. É um exemplo a ser seguido, por isso estou indo para lá. Para não só ver, mas para mostrar a todo o Brasil que o vírus é grave e que seus efeitos têm como ser combatidos”, afirmou o presidente. Ele também disse que no município “o médico tem a liberdade total para trabalhar com o paciente” e que isso é “uma obrigação e um direito dele”. “Não tem remédio específico, ele trata da melhor maneira possível, por isso os índices foram lá para baixo”.

A pandemia em Chapecó, no entanto, mostra sinais de descontrole desde o final de 2020. Só a partir de janeiro deste ano, quando o atual prefeito assumiu o cargo, ocorreram 414 das 537 mortes registradas no município em toda a crise sanitária. Também neste ano foram contabilizadas 12.284 infecções pela Covid-19 — o total acumulado é de 33.853 casos.