O governo brasileiro não pagou a penúltima parcela de US$ 292 milhões para o aporte de capital no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira criado pelo grupo que compõe os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). 

O prazo de quitação encerrou no dia 3 e o Brasil agora está inadimplente justamente no ano em que o brasileiro Marcos Troyjo assumiu a presidência da instituição por indicação do governo Bolsonaro e o total de financiamento aprovado para o País bateu recorde em 2020, atingindo US$ 3,5 bilhões. 

O ex-secretário Especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Troyjo fez apelo aos ministros Paulo Guedes (Economia), Walter Braga Netto (Casa Civil) e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para tentar fazer com que o pagamento fosse feito dentro do prazo, mas não houve sucesso.  

A parcela é uma obrigação financeira prevista em acordo internacional e decreto presidencial de 2015 que promulgou os termos do acordo para a criação do banco. Sem o cumprimento da obrigação, o Brasil pode perder parte do direito de voto e prejudicar a concessão de empréstimos firmados com as instituições envolvidas, entre eles US$ 1 bilhão com o NDB para o programa emergencial de apoio à renda de populações vulneráveis ??afetadas pelo Covid-19 e US$ 1 bilhão com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).