Brasil mantém a 51º posição no ranking de competitividade digital

Velocidade média de acesso à internet no Brasil está muito aquém da potencialidade da tecnologia, aponta pesquisa

[Brasil mantém a 51º posição no ranking de competitividade digital ]

FOTO: Reprodução

O ranking de competitividade digital 2021, elaborado e divulgado pelo International Institute for Management Development (IMD) nesta quarta-feira (29), coloca o Brasil em 51º lugar, mantendo a mesma posição alcançada no ano passado. Nos últimos 5 anos, o País progrediu no ranking, no entanto, não houve constância nas melhorias, o que permitiu o avanço de outros países e explica a estagnação na 51ª posição.

Realizado pelo International Institute for Management Development (IMD), na Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), no Brasil, o índice compara 64 países em suas capacidades de criação, manutenção e promoção de tecnologias digitais nos setores público e privado. Este ano, o estudo incorporou Botswana ao rol de nações observadas.

Para elaborar o ranking, os pesquisadores avaliam três fatores: conhecimento (condições para descoberta e aprendizagem de novas tecnologias), tecnologia (capacidade de desenvolvimento de tecnologias digitais) e prontidão futura (preparo para incorporar as novas tecnologias). Nesta edição, o Brasil mostrou progresso em conhecimento, passando do 57º lugar para o 51º, e em tecnologia, saltando da 57ª posição para a 55ª. 

Entretanto, o País sofreu uma queda em prontidão futura, despencando da 43ª colocação para a 45ª. A partir do resultado, especialistas apontam que ainda há muito a ser feito. “Corremos o risco de perder competitividade, mesmo melhorando”, diz Carlos Arruda, Coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral e um dos responsáveis pelo estudo. “Estamos na direção correta, mas não na melhor velocidade”, afirmou.

O Brasil também mostrou ganhos no investimento em telecomunicações em proporção ao PIB (0,5%), subindo da 38ª posição para a 21ª. Na percepção de que o treinamento dos funcionários é uma das prioridades das empresas, o país passou do 59º lugar para o 43º. Além disso, mostrou estabilidade em alguns pontos, como na proporção de pesquisadores do sexo feminino (49%, 8º).

As principais perdas se concentraram na quantidade de assinantes de banda larga (de 89,2% da população para 75,7%; passando da 23ª posição para a 30ª), no total de gastos em pesquisa e desenvolvimento em proporção ao PIB (de 1,26%, em 2016, para 1,17%, em 2018; passando da 31ª posição para a 35ª) e também na proporção da população usuária de internet. 

Para os pesquisadores, o Brasil tem uma deficiência grave em infraestrutura tecnológica. “A velocidade média de acesso à internet no Brasil está muito aquém da potencialidade da tecnologia”, disse Arruda. “Isso significa que vamos atrasar, em relação a outros países, em coisas operacionais. Por exemplo, na hora de digitalizar uma fábrica ou uma operação agrícola. Nós vamos sofrer em relação aos outros porque nossa infraestrutura é inadequada”, completou.


Comentários