Brasil recupera 45 fósseis que estavam ilegalmente na França
Entre espécimes a serem devolvidos estão pterossauros, tartarugas marinhas, répteis, entre outros, alguns com milhões de anos
Erick Tedesco
Cerca de 46 fósseis de dinossauros e outros animais e plantas que habitaram o território brasileiro há mais de 100 milhões de anos e que foram levados de forma ilegal para a França, deverão retornar ao Brasil. Um anúncio em página de comércio na internet de um fóssil avaliado em cerca de 600 mil euros (R$ 2,5 milhões, aproximadamente) chamou a atenção da paleontóloga Taissa Rodrigues, que acionou o Ministério Público Federal (MPF) para solicitar à Justiça francesa determinou a repatriação do material, inclusive do esqueleto quase completo de dinossauro encontrado no sertão brasileiro – o que estava à venda na rede.
Segundo informa o MPF, a decisão que determinou a busca e apreensão dos exemplares e sua imediata devolução ao Brasil, foi tomada pelo Tribunal de Grande Instância de Lyon, na França, e comunicada às autoridades brasileiras no início do ano.
Ao todo, 45 fósseis já podem retornar ao Brasil. “Não cabe mais recurso à decisão”, informou o MPF. Entre os espécimes a serem devolvidos estão pterossauros, tartarugas marinhas, aracnídeos, peixes, répteis, insetos e plantas, alguns com milhões de anos.
O esqueleto quase completo de pterossauro da espécie Anhanguera que estava ilegalmente à venda da internet, de acordo com as autoridades francesas, tem quase quatro metros de envergadura e é originário da Chapada do Araripe, na divisa dos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco. Segundo o MPF, o fóssil ainda aguarda julgamento de recurso, previsto para junho, e foi retirado ilegalmente do Brasil entre as décadas de 1980 e 1990. De acordo com o anúncio, ele estaria localizado em Charleville Mèzières, na França.
