Brasil registra menor emissão de gases do efeito estufa em 16 anos, aponta levantamento
Dados foram divulgados pela rede Observatório do Clima, na 13ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG)

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O Brasil registrou, em 2024, uma queda de 16,7% nas emissões brutas de gases do efeito estufa, em comparação ao ano anterior. Durante o ano de 2024, foram emitidas 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e), enquanto em 2023 foram 2,576 bilhões de GtCO2e. A queda é ainda maior quando consideradas emissões líquidas, de 22%.
A queda registrada em 2024 é a maior dos últimos 16 anos e considerada a segunda mais significativa da série histórica iniciada em 1990, quando foi registrada uma diminuição de 17,2% na poluição climática.
Os dados foram divulgados pela rede Observatório do Clima, na 13ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), realizada nesta segunda-feira (3).
O secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, ressaltou que os números são muito bons e vêm numa boa hora, a poucos dias da COP30.
"Um resultado excepcional, melhor dos últimos 15 anos e que também dá para o Brasil um certo conforto e um pouco mais de propriedade antes dessa conferência. Uma vez que dificilmente a gente terá dentro do G20 ou dentro dos 10 maiores emissores, países chegando na COP com um número de redução total das suas emissões", afirmou.
Segundo o levantamento, a maior parte do carbono emitido pelo Brasil teve origem em alterações no uso da terra, em especial pelo desmatamento. No entanto, apesar dos números, o setor registrou redução de emissões puxada pela queda no desmatamento da Amazônia e do Cerrado.
"No último ano, a gente teve a maior queda nas emissões brutas dos últimos anos, então foram uma queda de 32%. Em 2024, então, a gente fechou com 906 milhões de toneladas de emissões brutas, sendo que 98% disso é desmatamento e 656 milhões de toneladas de remoções. A remoção em áreas protegidas, a vegetação primária e a recuperação da vegetação", revelou a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Bárbara Zimbres.


