Brasil registrou, em média, 12 agressões a médicos por dia em 2024, revela levantamento
Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, número de agressões é o maior desde 2013

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Em 2024, o Brasil registrou uma média de 12 médicos agredidos diariamente em hospitais, clínicas, consultórios e outras unidades de saúde, cerca de uma agressão a cada duas horas. No total, foram feitos 4.562 boletins de ocorrência, o maior índice desde 2013. Esses dados foram contabilizados e divulgados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Segundo o levantamento, mesmo que os homens sejam mais ameaçados do que as mulheres, o número de agressões contra médicas cresceu e quase alcançou o dos médicos em 2024: 1.757 contra 1.819.
Nos estados do Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins, o número de agressões a mulheres superou o dos homens.
De acordo com o CFM, os autores dos atos variam entre pacientes, familiares ou pessoas sem nenhum vínculo com os médicos. Além disso, foram registrados casos cometidos por ex-namorados e por motivação de ódio ou vingança.
Agressões feitas por colegas, como enfermeiros, técnicos, servidores e outros profissionais da saúde, são minoria.
Do total de boletins de ocorrência registrados em 2024, 256 (6%) foram por crimes de calúnia, injúria, difamação e ameaça cometidos contra médicos na internet, seja em redes sociais ou em aplicativos de mensagens.
Estados mais violentos
26% das agressões foram realizadas no estado de São Paulo, um total de 832. Quase 50% deles foram contra mulheres: 514, contra 517 homens.
Já o Paraná, que ocupa o quinto lugar no ranking de estados com a maior quantidade de médicos, aparece em segundo lugar no ranking do CFM, com 767 casos de agressões.
Em terceiro lugar aparece Minas Gerais, segundo estado com o maior número de médicos do Brasil. Foram registrados 460 boletins de ocorrência, sendo 15% deles na capital, Belo Horizonte.