Brasil se junta a índia e outros cinco países que não tem previsão para realização de Censo

Saúde e economia estão entre as áreas mais afetadas por conta do cancelamento do levantamento

[Brasil se junta a índia e outros cinco países que não tem previsão para realização de Censo]

FOTO: Reprodução/Correio do Imbé

O Brasil se juntou a Botsuana, Chade, Ilhas Maurício, Emirados Árabes Unidos e Índia no grupo de países que ainda não definiram quando vão fazer o Censo Demográfico. Nos anos próximos ao fechamento da década, há uma rodada mundial do levantamento. A maioria dos países (64) adiou a pesquisa por causa da pandemia, mas definiu o calendário para contar a população.O Brasil, referencia mundial neste tipo de levantamento, estava entre eles até cortar o orçamento do Censo, na semana passada.

"A Argentina pretende realizar em 2021, mais tardar início de 2022. Eles se comprometeram a realizar a pesquisa o mais rápido possível. O Equador adiou para 2022, com o mesmo compromisso. No Brasil, cancelaram este ano e não foi definido quando vai ser. Quanto mais adia, mais imprecisas vão ficando as informações", diz o demógrafo Vinícius Monteiro, oficial para População e Desenvolvimento do Fundo de População das Nações Unidas.

A falta desse levantamento terá efeitos inclusive para a Previdência, como ressalta Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Afinal, o benefício previdenciário usa, em seu cálculo, a expectativa de vida da população, que vinha crescendo a uma média de 4 meses a mais por ano desde 1980.

Na saúde, os efeitos são mais fortes. O Censo é crucial para a distribuição de vacinas e remédios, para definir o tamanho do serviço de atenção primária e o número de leitos por habitante. Viajando pelo Brasil pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz, a pesquisadora Dalia Romero vê realidades diferentes das mostradas pelas estimativas populacionais por município.

"Acontece constantemente de o que estimamos ser bem diferente do que está acontecendo. Quanto menos conhecimento, pior a gestão do recurso. Por um lado, querem poupar, mas está se gastando muito mais e de forma errada", diz.

Para o economista André Luiz Marques, coordenador do Centro de Gestão em Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, o mau aproveitamento do dinheiro público pode aumentar a desigualdade. "Uma única política mal feita pode custar bem mais do que o Censo", afirma.


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