Brasil tem 3 milhões de cadastrados à espera de acesso ao Bolsa Família e INSS

Três milhões de brasileiros estão à espera de benefícios sociais e previdenciários numa fila que o governo não consegue reduzir. Deste total,1,2 milhão de pessoas estão esperando o Bolsa Família. Há ainda 1,8 milhão aguardando aposentadoria ou pensão do INSS, sendo 600 mil pessoas com deficiência ou idosos pobres em busca do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

 A dificuldade de acesso agrava a vulnerabilidade de muitas famílias a pouco mais de um mês do fim do auxílio emergencial, pago a  39,3 milhões de pessoas. 

Segundo estudos do pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri, a pobreza já atinge 27,7 milhões de brasileiros, o equivalente a 13% da população. Em 2017, segundo sua metodologia eram 11,2%. 

Em agosto, o Bolsa Família foi pago a 14,6 milhões de famílias. De acordo com dados do Ministério da Cidadania, havia outras 1.186.755 pessoas que atendem aos critérios do programa no Cadastro Único e não foram incluídas por falta de recursos. 

A proposta do Orçamento para 2022 prevê R$ 34,7 bilhões para 14,7 milhões de famílias. Ou seja, não haveria espaço para zerar a fila, nem para aumentar o valor do benefício. Já o Auxílio Brasil, que tem pretensão de atender a 17 milhões de famílias, tem mais incertezas do que definição até o momento. Pelas regras atuais, não há espaço orçamentário para atingir seus objetivos. 

Já fila do INSS tem causas na falta de investimento em sistemas e em pessoal, deficiências que foram agravadas pelo fechamento de agências por causa da pandemia e uma greve de médicos peritos. dos 1.500 postos, 200 ainda não reabriram por falta de protocolos de segurança sanitária. O governo chegou a prometer zerar a fila do INSS com medidas provisórias para contratação de funcionários e pagamento bônus para servidores agilizarem a análise de processos. Mas as MPs não foram votadas no Congresso e perderam a validade.