Brasil tem maior número de estados sem aulas presenciais desde julho de 2020

Neste começo de abril, o Brasil vive o momento com mais escolas fechadas desde julho de 2020, quando teve início o processo de retorno às aulas presenciais. Atualmente, segundo levantamento da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), 19 estados proíbem atividades educacionais de estabelecimentos privados de ensino.

Entre as redes estaduais, são 23 com aulas apenas remotas, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). O Brasil chegou ao topo de um ranking elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de países com mais dias de escolas fechadas.

Na noite deste domingo (4), uma liminar suspendeu as aulas nas redes municipal e privada do Rio de Janeiro. Em São Paulo, por enquanto, todas as redes só funcionarão no sistema remoto. Na Bahia, embora haja um plano, até o momento, não houve qualquer confirmação de uma data para a retomada das atividades presenciais de ensino.

Pesquisadores já apontam uma séria perda de aprendizagem no país. Um estudo do Banco Mundial mostra que 70% das crianças com até dez anos pode sofrer com “pobreza de aprendizagem”. Ou seja, não aprender a ler e escrever um texto simples para sua idade.

A tendência é de que, no final do ensino fundamental, os alunos brasileiros podem regredir a um patamar de aprendizagem de 2015, segundo estudo encomendado pela Fundação Lemann e liderado por André Portela, economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).