Butantan pede à Anvisa para testar soro anti-Covid em humanos
A autorização permitirá que o soro seja aplicado em pessoas que estão contaminadas pela doença

Foto: Reprodução/ TV Globo
O Instituto Butantan enviou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido de autorização para realizar um estudo clínico do soro anticoronavírus, desenvolvido pelo Burtantan desde o ano passado a partir do plasma de cavalos. O soro é para amenizar os sintomas da doença nas pessoas já infectadas.
De acordo com um estudo coordenado pelos médicos Esper Kallás e José Medina, da USP, ele não é capaz de curar e nem de prevenir a doença. A autorização permitirá que o soro seja aplicado em pessoas que estão contaminadas pela doença e descobrir qual a dose necessária para obter os efeitos desejados.
Durante uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5), o governador João Doria disse que " o Butantan está desenvolvendo um soro para tratar e curar pacientes com Covid-19. O instituto já protocolou na Anvisa o pedido de autorização para que pacientes possam ser tratados com o soro. A expectativa é a de que já na próxima semana a Anvisa possa autorizar o início desses testes".
O vírus inativo não provoca danos aos cavalos e nem se multiplica no organismo, mas estimula a produção de anticorpos. Os técnicos retiram o plasma do cavalo, que faz parte do sangue do animal, e levam para a sede do Butantan. Os anticorpos são separados do plasma e se transformam em um soro anti-Covid.
De acordo com o diretor do Instituto, Dimas Covas, um "dossiê de desenvolvimento clínico desse produto" foi enviado à Anvisa na última terça (2) e que espera receber "até o final do dia de hoje as observações da agência".
Uma vez autorizados os testes serão feitos inicialmente com pacientes transplantados de rim, no Hospital do Rim, e pacientes comorbidades no Hospital das Clínicas.
Os testes para produzir o soro anti-Covid começaram em 2020. Seguiram o mesmo caminho da fabricação de outros soros, como o antiofídico, para picadas de cobras.


