Caged: nova atualização mostra perda de 190 mil empregos formais em 2020
A revisão corresponde a um número 5,24% maior de demissões

Foto: Agência Brasil
Uma nova atualização do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra que, diferente do que foi anunciado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em janeiro, o Brasil demitiu mais do que contratou em 2020. De acordo com os dados atualizados, foram cortados 191.502 postos de trabalho com carteira assinada ao longo de todo o ano passado, ante 142.690 novas vagas anunciadas inicialmente.
A revisão corresponde a um número 5,24% maior de demissões (de 15.023.531 para 15.810.926) e apenas 3% superior de admissões (de 15.023.531 para 15.619.434). Os números podem ser ainda maiores. Isso porque os dados podem ser atualizados dentro de um período de 12 meses, de acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência Social.
A maior discrepância registrada entre os dados divulgados e atualizados de 2020 segue sendo a do mês de junho. A diferença, no entanto, passou dos 177,2%, apurados em novembro, para 386,7%. No período, foi anunciado que o Brasil havia cortado 10.984 postos formais de trabalho, mas, na verdade, a perda foi ainda maior, de 53.456 vagas.
Em termos absolutos, a principal diferença segue contabilizada no mês de abril, quando ocorreram 981.832 demissões, mais do que contratações com carteira assinada, número que traz 121.329 mais perdas em relação aos 860.503 cortes inicialmente divulgados.
Comunicado de Guedes
Em janeiro, ao divulgar os dados do Caged, o ministro Paulo Guedes disse: “A grande notícia para nós é que, em um ano terrível em que o PIB caiu 4,5%, criamos 142 mil novos empregos”. Na época, ele atribuiu o resultado positivo ao Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda (BEm), criado pelo governo para limitar as demissões durante a pandemia.


