A Câmara dos Deputados concluiu nesta quarta (7) a votação da proposta que permite à iniciativa privada comprar vacinas para a imunização gratuita de seus empregados, desde que seja doada a mesma quantidade ao Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta agora segue para análise do Senado, onde ainda não tem data para votação

De acordo com o texto, os empresários poderão comprar imunizantes que não tiveram aval da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que autorizados por agências reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ele permite que funcionários, estagiários e prestadores de serviços possam ser imunizados com as doses, seguindo também as prioridades adotadas no Programa Nacional de Imunização (PNI).

Os críticos ao projeto entendem que trata-se da formalização do "fura-fila" da vacina, já que empresas concorrerão com o governo na compra de imunizantes contra o novo coronavírus, que são disputados em todo o mundo.

"No Dia Mundial da Saúde, a Câmara acaba de aprovar a autorização p/ empresários furarem a fila da vacina. É um ESCÂNDALO. O parlamento deveria estar instalando um Comitê de Salvação Nacional p/ acelerar a compra e produção de vacinas, não privatizando o plano de imunização", registrou nas redes sociais o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ).

Já os favoráveis entendem que a aprovação ajudará a diminuir o tempo para vacinação dos brasileiros. "Vacinar os empregados que estão na linha de frente, os funcionários de supermercados, açougue, frentistas de postos e sem custos para o estado, não é fura-fila", falou Luiz Carlos Motta (PL-SP).