'Caneta da PGR não será instrumento de peleja política ou perseguição', diz Aras em cerimônia de recondução
Bolsonaro assinou na tarde desta quinta-feira (23) a recondução de Aras para um segundo mandato à frente da PGR

Foto: Reprodução/Estadão
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou durante uma cerimônia que marcou a recondução dele ao cargo, nesta quinta-feira (23), que a "caneta" da PGR não será "instrumento de peleja política, menos ainda de perseguição."
Aras é criticado por juristas e integrantes do próprio MPF por supostamente se omitir diante de condutas do presidente Jair Bolsonaro. Durante a sabatina deste ano, Aras lembrou aos senadores que, em 2019, se comprometeu com os parlamentares a não fazer "escândalos" em operações e a não vazar dados de investigações.
"Na esfera criminal, oferecemos 46 novas denúncias. Senhor presidente e demais autoridades, foram duas grandes operações em todo o Brasil por mês durante dois anos sem estrépito, sem escândalo, com respeito aos direitos e garantias aos direitos fundamentais. Eu creio que isso tem um significado especial na nossa gestão. Porque nós compreendemos que todo o poder emana do povo e os eleitos são vossa excelência, senhor presidente, senhores parlamentares do Brasil e nós ocupamos esses cargos por delegação de vossas excelências. Para além dos números, a concretude da pacificação, da estabilidade, do sentimento de que a caneta do procurador-geral da República não será instrumento de peleja política, menos ainda de perseguição, mas será sempre a caneta que o legislador constituinte de 1988 lhe confiou para cumprir o seus deveres esculpidos na lei maior da República, a Constituição Federal de 1988".
O procurador-geral é um crítico da Operação Lava Jato, que não é bem vista entre os políticos alvos das investigações de esquemas de desvio de recursos públicos em contratos como os fechados pela Petrobras.
Durante a cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro assinou na tarde desta quinta-feira (23) a recondução de Aras para um segundo mandato à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto, mas Bolsonaro participou por vídeo já que cumpre isolamento no Palácio do Alvorada divido a testagem positiva do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para o novo coronavírus.