Carne bovina deve ficar mais cara no ano de 2026, aponta analista
Aumento deve ser registrado após desaceleração dos preços no final deste ano

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O preço da carne bovina deve registrar aumento no ano de 2026. É o que aponta uma análise do analista de Sagras & Mercado, Fernando Iglesias. A alta no preço da carne bovina deve surgir após um segundo semestre de 2025 com preços mais baixos.
Segundo Fernando, em novembro deste ano, a inflação das carnes teve a menor escalada, com apenas 5%, em uma comparação de 12 meses. Os dados contrastam, por exemplo, com o aumento registrado no mês de junho, a maior alta do ano, com avanço de 23,63% na inflação do produto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para Fernando, a desaceleração dos preços no final deste ano ocorreu devido ao período de produção recorde de carne no Brasil, o que ampliou a oferta do produto no mercado interno. No terceiro trimestre de 2025, o Brasil abateu 11,2 milhões de cabeças de gado, o maior volume para o período desde 1997, início da série história do IBGE.
O abate de fêmeas também representou um recorde, ao considerar que, inclusive, superou o número do abate de machos pela primeira vez.
O analista ainda pontua que, com a alta no preço da carne bovina, consumidores brasileiros passaram a investir em proteínas mais baratas, como frango, embutidos e ovos, o que tornou a demanda pela carne bovina menos competitiva, e contribuiu para a redução dos preços.
Aumento para 2026
Diante da grande produção no final de 2025, o fluxo de exportações deve permanecer acelerado para o próximo ano, embora ocorra uma redução na produção da carne bovina brasileira.
Fernando Iglesias acredita que a tendência seja de que os pecuaristas retenham fêmeas nas fazendas para a reprodução de bezerros, o que deve diminuir a oferta de bovinos para a produção de carne.
Com uma menor produção, e permanência da demanda em alta, a previsão é de que os preços para o início de 2026 represente aumento no movimento chamado de inflação por demanda.
Para o analista, o resultado da inflação para o produto também dependerá de decisões da China, maior compradora de carne do Brasil, na qual caso o país torne as negociações mais restritas, a oferta de carne bovina pode permanecer com demanda alta dentro do próprio Brasil.


