Carne sobe 1,72% em fevereiro e acumula alta de 29,5% nos últimos 12 meses

Depois de um aumento de 18% em 2020 e ficar escassa na mesa dos brasileiros, a carne continua registrando alta nos supermercados por conta de problemas climáticos. Em fevereiro, o alimento subiu 1,72% na comparação com janeiro e, nos últimos 12 meses, o que representa uma alta de 29,5%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado no começo do mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Em fevereiro, o corte com maior variação foi o lagarto comum, com avanço de 3,60%. Já o contra filé aumentou 2,06% e a alcatra subiu 3,05%. Uma das explicações para a alta é a menor disponibilidade de gado para o abate, que vem acontecendo desde 2020, segundo o assessor técnico da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Nissen. 

"Quando a gente observa as escalas de abates dos frigoríficos, eles estão com dificuldade de comprar boi para levar para o frigorífico efetivamente, porque o mercado está muito vazio", comenta. Ele explica que tudo começou ainda nos anos anteriores a 2019, quando havia uma presença maior do abate de fêmeas, o que levou a uma menor quantidade de bezerros atualmente o que, por sua vez, diminuiu a oferta do animal para o abate.

Ainda de acordo com Nissen, no final do ano aconteceu uma seca mais longa do que o normal, o que levou a um atraso na produção do boi de pasto. Sem o pasto, o boi não obtém todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento e o produtor precisa investir em suplementos para resolver este problema e não prejudicar a produção, revela o assessor.