Carro a etanol é quase tão poluente quanto elétrico na Europa, diz CEO da Stellantis

Caminho termina na eletrificação mas depende de modelos híbridos flex

Em evento realizado com jornalistas em São Paulo, o CEO da Stellantis, Antonio Filosa, abordou o tema da eletrificação e deu pistas a respeito do caminho que a indústria nacional deverá percorrer nos próximos anos. Enquanto o mercado europeu crava o fim dos motores a combustão para daqui a 12 anos fica cada vez mais claro que a indústria brasileira terá um "pedágio" neste caminho que passa pelo etanol.
Presente desde 1979 em escala comercial nos carros brasileiros e com uma mistura que varia de 22 a 27% de alcool à gasolina, o uso desse biocombustível ajuda a reduzir de forma considerável as emissões. 

"O etanol irá acelerar a descarbonização da indústria brasileira mas não irá substituir o veículo elétrico a longo prazo", disse Antonio Filosa que abordou além do tema da eletrificação outros pontos como o processo de reciclagem dos veículos, o que ajuda a tornar o processo de produção uso e descarte mais limpo.
 

“Começa no desenvolvimento de produtos mais eficiente, passa pela cadeia de fornecedores, manufatura mais eficiente, pela rede de concessionários e pelo usuário. Após o fim do ciclo do produto abre-se outro processo de reuso e reciclagem.", completa o executivo.


Em um percurso de 249 quilômetros a Stellantis detalhou os níveis de emissões de cada um dos combustíveis. Com gasolina as emisões chegam a 60,64kg de CO2 enquanto um veículo elétrico a bateria (BEV) emite metade disso: 30,41kg de CO2 na Europa. Já um veículo abastecido com o Etanol (E100)    emite 25,79kg de CO2, abaixo até mesmo das emissões na europa por conta da matriz energética mais limpa do modelo brasileiro.

Já um veículo elétrico recarregado no Brasil com fonte geralmente obtida através de hidrelétricas emite 21,45kg de CO2, menos que quando abastecido a etanol mas em um processo de domínio da tecnologia já devidamente conhecido pela indústria quando o assunto é motor a combustão.

No entanto, os executivos da Stellantis afirmam que o veículo com tração elétrica mostra o futuro da indústria automotriz, porém a longo prazo o que passa por tornar essa tecnologia mais acessível, mais barata e com soluções como as baterias de estado sólido.

Para a Stellantis: A realidade brasileira é muito diferente. A matriz energética é mais sustentável, devido ao uso de biocombustíveis e da geração de energia elétrica por meios renováveis. Esta característica da matriz energética abre para o país um leque de opções de soluções de mobilidade, em condições privilegiadas. O etanol é um forte aliado na redução das emissões de CO2 no Brasil.


A Stellantis também destacou o projeto BIO-ELECTRO que une esforços emt torno de um veículo híbrido flex, tecnologia que já existe em alguns produtos de marcas concorrentes como a Toyota e segue em desenvolvimento por marcas como a Volkswagen. Filosa destacou a solução "regional de mais fácil acesso vinda de uma tecnologia dominada há quarenta anos", disse referindo-se ao tema do etanol.


Reciclagem de veículos

Filosa também falou sobre o projeto Bio-Electro que envolve as empresas do grupo Stellantis para uma mobilidade sustentável. Há um plano em curso para promover a reciclagem de peças permitindo aplicar o conceito da economia circular. A Stellantis criou para esse propósito a Sustainera, uma divisão da Stellantis que já atua no mercado brasileiro com reciclagem de autopeças. Iniciativas semelhantes já existem na Europa como é o caso da Renault que usa uma parte de sua fábrica em Flint, na França, para revisar veículos seguindo o padrão e especificações originais da marca, que são retornados para a rede de concessionárias e oferecidos como automóveis certificados.


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