Casa da Mulher Brasileira completa dois anos em Salvador com 28,7 mil atendimentos a vítimas de violência
Equipamento funciona 24 horas e reúne serviços policiais, judiciais e de acolhimento no mesmo espaço

Foto: Reprodução
A Casa da Mulher Brasileira (CMB) completou dois anos de funcionamento em Salvador, nesta sexta-feira (19), com um total de 28.709 atendimentos prestados a mulheres vítimas de diferentes tipos de violência. O equipamento, localizado na Avenida Tancredo Neves, no Caminho das Árvores, funciona 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana e feriados.
Segundo dados divulgados pela prefeitura, 3.614 dos atendimentos resultaram na expedição de medidas protetivas. A violência psicológica foi a mais recorrente entre os casos registrados, presente em 64,7% dos atendimentos, seguida pela violência moral, com 50,8%, e pela violência física, com 35,6%. No período, também foram contabilizados 2.612 registros de violência sexual.
Do total de atendimentos realizados desde a inauguração, 16.276 mulheres foram encaminhadas para a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que funciona no próprio espaço da Casa. A maioria das vítimas atendidas, 87,8%, se autodeclarou preta ou parda. Em relação à faixa etária, o grupo mais representativo foi o de mulheres com idade acima de 46 anos, que corresponde a 28% dos casos.
Para a secretária de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordêlo, os números refletem a dimensão do problema e a importância da rede de acolhimento. Segundo ela, os dados não representam motivo de celebração, mas reforçam a responsabilidade do poder público. A secretária destacou que os atendimentos mostram que a violência persiste, mas também indicam que mais mulheres têm buscado ajuda e rompido o silêncio.
Serviços oferecidos
A Casa da Mulher Brasileira integra diversos serviços públicos voltados ao enfrentamento da violência contra a mulher. Entre eles está o atendimento do Centro de Referência de Atenção à Mulher Loreta Valadares, mantido pelo município.
Ao chegar ao local, as vítimas passam por acolhimento com uma equipe psicossocial e são encaminhadas, conforme a necessidade, para os órgãos que compõem a rede de proteção, como a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Defensoria Pública do Estado. Todos os serviços funcionam no mesmo espaço, com o objetivo de evitar o deslocamento das mulheres entre diferentes unidades.
Além do atendimento psicológico e social, a Casa oferece assistência jurídica, cuidados de saúde e apoio na busca por alternativas de moradia segura e independente. O equipamento também dispõe de um abrigo temporário com 16 vagas para mulheres que necessitam de proteção imediata, podendo acolher filhos menores de 18 anos, além de contar com uma brinquedoteca.


