Células-tronco no combate à dor: entenda como a medicina regenerativa está transformando tratamentos articulares!
Avanço da medicina regenerativa amplia possibilidades terapêuticas e oferece alternativas seguras e minimamente invasivas para o alívio da dor e a recuperação funcional das articulações

Foto: Divulgação
A medicina regenerativa vem revolucionando o tratamento de doenças articulares e musculoesqueléticas por meio do uso das células-tronco, capazes de reparar tecidos e promover a regeneração natural do corpo. Essa abordagem, antes restrita a pesquisas laboratoriais, hoje é uma realidade em clínicas especializadas e representa uma alternativa promissora para pacientes com dor crônica, inflamações ou desgaste nas articulações.
As células-tronco funcionam como verdadeiros “curingas biológicos”, podendo se transformar em diferentes tipos de células, como cartilagem, osso e músculo, de acordo com o local onde são aplicadas. Além disso, produzem substâncias que ajudam a reduzir a inflamação e a acelerar o processo de reparo tecidual. “O princípio é estimular o próprio corpo a se regenerar, oferecendo um tratamento mais fisiológico e menos invasivo do que as opções cirúrgicas tradicionais”, explica a reumatologista Emanuela Pimenta, da Clínica Ceder, em Salvador.
Os principais tipos utilizados na prática médica são as células-tronco mesenquimais adultas, geralmente retiradas do próprio paciente, o que minimiza o risco de rejeição ou reações adversas. As fontes mais comuns são a medula óssea e o tecido adiposo, de onde as células são coletadas e processadas antes da aplicação. No caso da medula óssea, o material é obtido por meio de um aspirado, normalmente da pelve, e pode ser concentrado para formar o BMAC (Bone Marrow Aspirate Concentrate), altamente rico em células regenerativas e fatores de crescimento.
Já o tecido adiposo dá origem a dois derivados: microfat e nanofat. O microfat contém tanto células-tronco quanto tecido adiposo íntegro, sendo indicado para áreas que necessitam de sustentação e regeneração simultâneas. O nanofat, por sua vez, é filtrado até se tornar uma solução líquida rica em fatores bioativos, ideal para regenerar tecidos moles, articulações menores, tendões e até cicatrizes dolorosas. “O procedimento de coleta é simples, feito por lipoaspiração leve, e a aplicação pode ser realizada em ambiente ambulatorial, com anestesia local e alta no mesmo dia”, explica Emanuela.
A terapia com células-tronco tem se mostrado eficaz no tratamento de diversas condições dolorosas, como artrose, artrite, tendinites, bursites, fasciítes e lesões musculares ou ligamentares. Também tem sido uma opção para casos de dor lombar crônica e hérnia de disco, com resultados expressivos na melhora da mobilidade e na redução da dor. “Muitos pacientes que antes dependiam de medicamentos contínuos ou aguardavam por cirurgias invasivas conseguem retomar a qualidade de vida com um tratamento que atua na causa da dor, a degeneração tecidual”, destaca a médica.
Entre as principais vantagens da terapia celular estão o menor tempo de recuperação, a segurança do procedimento e o baixo risco de complicações. Como utiliza células autólogas (do próprio paciente), o risco de rejeição é praticamente inexistente. Além disso, o caráter minimamente invasivo permite que o tratamento seja realizado fora do ambiente hospitalar, com retorno rápido às atividades cotidianas.
Para Emanuela Pimenta, a popularização desse tipo de terapia deve ser acompanhada de informação e orientação médica qualificada. “Ainda há muitos mitos e expectativas irreais em torno das células-tronco. É importante que o paciente busque centros especializados e profissionais habilitados, que utilizem protocolos baseados em evidências científicas”, ressalta. “A medicina regenerativa não é uma promessa futura: ela já é uma ferramenta concreta no combate à dor e na restauração da função articular”.


