Cepal: mais de 45% dos adolescentes e crianças na América Latina e Caribe vivem na pobreza
Mulheres, indígenas e afrodescendentes também estão entre os mais afetados

Foto: Marcello Casal JR/Agência Brasil
O novo relatório “Panorama Social da América Latina e Caribe 2022” apresentado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), alerta que as taxas de pobreza em 2022 estão acima dos níveis pré-pandemia. Um terço da população na região vive na pobreza, que também afeta 45% de todos os adolescentes e crianças.
De acordo com os dados, isso significa que haverá mais 15 milhões de pessoas em situação de pobreza do que antes da crise global de Covid-19. Já o número de pessoas em pobreza extrema será 12 milhões maior que o registrado em 2019.
Em 2020, a Cepal calculou que a pobreza e a pobreza extrema alcançaram, respectivamente, 33,0% e 13,1% da população. O relatório projeta que 201 milhões de latino-americanos e caribenhos, 32,1% da população total da região, vivem em situação de pobreza.
Entre elas, cerca de 13% estão em pobreza extrema. Os níveis projetados para 2022 representam um retrocesso nos últimos 25 anos.
Mulheres, indígenas e afrodescendentes
Assim como nos anos anteriores, a Cepal destaca que a incidência da pobreza é maior em alguns grupos de população na região: a taxa de pobreza das mulheres de 20 a 59 anos de idade é mais alta que a dos homens em todos os países da região. A taxa de pobreza também é consideravelmente mais alta na população indígena e afrodescendente.
Em 2021, a desigualdade de renda diminuiu levemente em relação a 2020 na América Latina, chegando a um nível semelhante ao ano anterior. O desemprego projetado para 2022 representa um retrocesso de 22 anos, afetando especialmente as mulheres, com um aumento de 9,5% em 2019 para 11,6% este ano.